sexta-feira, 20 de julho de 2012

Feliz Dia do Amigo - My friend (Groove Armada)



Tenho notado que tenho estado aqui apenas em ocasiões como essa. Em todos esses anos de existência, esse blog já foi o meu melhor amigo durante algum tempo. É por essas e outras que nunca o deletei. Meu blog é ainda meio estilo Web 1.0, quando eles eram apenas um diário virtual que as pessoas podiam acessar e ler. É engraçado pensar que isso hoje virou profissão (entrevistam uma guria na tv e colocam na frente do nome 'blogueira'). Prefiro que continuem se referenindo a mim como professora mesmo...

Sou de um tempo em que a internet, tal qual é, era impensável. A forma mais próxima de se fazer amigos do mundo inteiro sem ter dinheiro para viajar o mundo todo era através de cartas. Nos anos 90, eu participei de um grupo chamado International Pen Friends e me correspondi com pessoas de todas as partes do mundo, quase que da mesma forma que conversamos virtualmente só que de uma forma infinitamente mais lenta, porém maravilhosa. Há algum tempo, uma amiga querida resgatou essa coisa no que ela chamou de Clube da Carta e centenas de pessoas se correspondem agora através dessa ideia bacana.

Amizade é um tema muito caro a mim. No semestre passado, usei esse tema para ensinar inglês (!) em uma turma e fui surpreendida por um de meus alunos que escreveu uma redação sobre o "melhor amigo" sem que essa fosse uma tarefa avaliativa. O texto ficou tão bom que ele está colado na porta do meu guarda-roupa. Já na primeira oração, o texto diz o seguinte: "O melhor amigo te dá a liberdade de não ser perfeito". Nessa pequena sentença, meu aluno (inesquecível) resumiu muito do que amizade significa para mim. Pessoas não são perfeitas. Amizades não são perfeitas. Todos têm "defeitos". se você não for capaz de aceitar os defeitos de alguém que você chama de amigo, esse alguém é qualquer coisa para você, menos seu amigo.

Meu aluno disse "meu melhor amigo não aceita que eu lucre com a mentira". O verdadeiro amigo não é aquele que sempre te elogia e bate palmas para tudo que você faz. O melhor amigo é aquele que te diz palavras amargas de um jeito doce. É aquele que te diz a verdade, quando todos ao seu redor estão mentindo... O melhor e verdadeiro amigo é aquele que muitas vezes te contraria, mas, sobretudo, te respeita.

"Meu melhor amigo me permite ficar só, mas não me deixa solitário", disse ele. Essa oração define uma máxima que costumo dizer sempre: Amizade não é tudo. Amizade MAIS CONSIDERAÇÃO é tudo. Como bom e leal amigo, devo ser capaz de saber dar espaço para que meus amigos respirem sem mim. Saber entender que eles não precisam de mim o tempo todo e que nem sempre eles podem me dar o que preciso quando preciso e que isso não significa que eles me abandonaram ou que não são meus amigos. Meus bons amigos estão sempre comigo, no meu coração...

Amizade não é barganha. Não posso me sentir amiga de uma pessoa só porque a amizade me oferece algum benefício moral ou material. Amigo é aquela pessoa a quem meu ombro será sempre oferecido em qualquer situação. Por isso, dedico essa postagem e essa canção (que veio como um hino à minha mente logo que acordei, como um sinal para que eu escrevesse aqui hoje e a postasse junto) a todos meus amigos que prefiro não nomear. Aqueles que chegarem até o final dessa mensagem sabem que é para eles essas minhas palavras. FELIZ DIA DO AMIGO!






terça-feira, 12 de junho de 2012

Especial Dia dos Namorados 2012 - Prova de Amor

Hoje foi um dia tão atribulado que mal tive tempo para pensar no que dizer hoje que fosse mais especial que todas as histórias e experiências compartilhadas aqui nesses últimos 10 dias. Acho que todos os participantes falaram do que mais importa no que diz respeito a essa data que o calendário marca todos os anos. Eu guardei um momento especial pra dividir hoje, mas antes preciso fazer algumas considerações...

Dizer eu te amo é muito fácil, principalmente quando se quer apenas manipular o sentimento da outra pessoa para conseguir o que quer sem pensar nas consequências de estar enganando ou iludindo alguém. Millôr Fernandes um dia contou essa lenda turca que ilustra muito bem o que palavras vazias expressam. Aprendi com a pessoa que está ao meu lado sempre - em todos os sentidos - que palavras não valem mais que ações e atitudes.

A maior emoção da minha vida foi quando minha mãe me ligou no meu trabalho para contar que eu havia sido aprovada na UFMG. A primeira pessoa com quem eu quis falar e dividir essa emoção foi com ele. No calor da emoção repeti várias vezes com imenso entusiasmo: eu passei, EU PASSEI! Embora eu esperasse que ele ficasse tão eufórico quanto eu, me frustrei. Ele disse, sem emoção alguma: Eu já sabia. Emudeci. Um misto de tristeza e frustração por um momento quis apagar a chama de uma felicidade indescritível. Foi quando eu entendi. Era necessário traduzir essa pequena assertiva em algo mais amplo. O que ele realmente disse foi JAMAIS DUVIDEI DA SUA CAPACIDADE.

Ter alguém para dizer eu te amo, chamar de amorzinho e outras coisas clichê não significa muita coisa se você não tem a certeza absoluta que esse alguém está e estará do seu lado na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da sua vida. E não porque fez um voto diante de uma padre e uma assembleia. Mas porque esse alguém te escolheu para amar por uma vida inteira...

Sei que houve gente que ganhou presentes caros. Muitas garotas ganharam flores e bombons... Eu não tive nada disso porque, pelo segundo ano consecutivo, estamos separados nessa data. Mas não deixei de ser homenageada e lembrada. Ganhei uma canção... Uma que diz muito mais do que tudo que falei até hoje significado dessa data. E a minha maior alegria é compartilhá-la com todos vocês...






P.s: Eu sofri um acidente na escola e tive que ir pro pronto-socorro hoje. Não falei uma palavra para ele para não preocupá-lo. No finalzinho do dia, recebi dele a letra dessa música pelo Twitter. Eu estava no metrô, vendo casais se abraçando e se beijando, sentindo imensa falta dele. Foi muito difícil conter as lágrimas. Nenhum presente para mim valeria mais do que essa canção. Muito obrigada, meu amor...

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Especial Dia dos Namorados 2012 - Loneliness is a cloak you wear

Hoje eu quero falar para as pessoas sem par. Li muitas piadinhas no Facebook nos últimos dias a respeito do "bullying" com os solteiros e mimimi de passar o Dia dos Namorados sem namorado(a). Tem gente que já teve par e não está só porque não tem opção, mas estar só, consigo mesmo, foi A opção escolhida.

No fundo, até quem preferiu estar sozinho queria ter alguém pra chamar de seu. Não só pelo Dia dos Namorados, evidentemente... Mas porque a sensação de segurança que se sente quando se tem alguém que está ali por você é sensacional. Ninguém quer ser forever alone. As pessoas querem compartilhar os momentos e viver experiências fantásticas junto. Porém, é importante entender algumas coisas...

Por que gostamos de estar apaixonados? Porque a paixão acende nosso ser, nos motiva, nos deixa criativos. No sentimos mais vivos... Essa descarga de adrenalina, essa sede de viver intensamente a paixão, nos deixa viciados. Muitos relacionamentos vão por água abaixo porque as pessoas se viciam nessas sensações que ficam apenas na superfície do início dos relacionamentos. E aí, a pessoa fica de relação em relação sem conseguir manter nenhum laço por muito tempo... E o que isso gera? Frustração, sofrimento, solidão.

Há uma música muito bonita que diz que a solidão é um casaco que a gente usa, uma imensa sombra de tristeza que nunca nos abandona. É essa a sensação de quem é solitário. Ser sozinho não é ser solitário. O solitário é aquele que não se sente amado por ninguém e enquanto aquele que está sozinho sabe que essa é uma condição temporária. Aquele que está sozinho sabe que São Francisco estava certo: é mais importante amar que ser amado. Então, mesmo sozinho ele ama profundamente, mesmo que em silêncio. O solitário não. O solitário egoisticamente sente pena de si mesmo e mesmo quando está com alguém demanda ser amado incondicionalmente sem amar profundamente o outro em igual medida. O solitário tem medo de sofrer e por isso faz sofrer. O que está só sofre calado para que os outros sejam felizes...

Desejo que amanhã quem está só esteja consigo mesmo se amando e sendo capaz de amar sem medo e arrependimentos. Uma das piores sensações que se pode experimentar é não se sentir amado por ninguém. Que os sozinhos encontrem o amor em si mesmos para que possam então oferecê-lo a quem é digno dele!


domingo, 10 de junho de 2012

Especial Dia dos Namorados 2012 - Momentos

Faltam só mais dois dias para o Dia dos Namorados e estou devendo momentos e histórias para vocês. Alguns participantes não mandaram sua história e então fiquei na mão ontem e hoje. Para não quebrar o clima e o curso do especial que até agora estava indo tão bem, vou contar momentos especiais do meu relacionamento.


Nunca fomos de marcar datas. Nunca comemoramos aniversário de namoro. Ele não gosta de marcar o tempo. Mas eu sei que ele se lembra dos nossos momentos mais especiais. O mais marcante, como não poderia deixar de ser, foi nosso primeiro. Eu era livreira e ele foi à galeria em que eu trabalhava para comprar algo noutra loja que, na ocasião estava fechada. Se não me engano, a primeira coisa que eu disse para ele foi: Oi, posso ajudar? Ele parecia muito tímido e meio incomodado com minha abordagem. Mas eu estava tão feliz por estar fazendo um trabalho que eu sempre quis fazer - acreditem ou não, eu sempre quis ser vendedora de livros! - e fazia pouco tempo que exercia aquela função... Ele foi ficando à vontade e então perguntei seu nome. Cláudio. Ah, é o nome do meu irmão! Não vou esquecer... Assim, uma passada que era pra durar apenas uns 10, 15 minutos, tornou-se uma permanência de quase 1 hora. A outra loja se abriu, ele comprou o que precisava, mas voltou pra se despedir de mim. Eu dei nele um forte abraço e disse: volte mais vezes! Juro por tudo quanto é mais sagrado, por mais que uma jura seja condenável, que eu realmente quis dizer isso. Um vendedor que diz volte sempre não parece estar falando uma coisa dessas desinteressadamente. Quer dizer, que vendedor quer a presença de um cliente que não gasta, né? Eu gostei dele à primeira vista... Queria que ele voltasse, de verdade. E fiquei vendo-o sair galeria a fora até sumir de vista. E pensei: que cara legal... Ele podia voltar mesmo, mas acho que nunca mais vamos nos ver. Ele tem a versão dele dessa história e é muito mais bonita que a minha. Meus olhos se enchem de lágrimas ao lembrar... Se eu pudesse transformar esse momento em palavra, ela teria que ser inventada porque não existe nada no mundo que possa traduzir o que isso significou. Ele é uma parte de mim que me encontrou.



sexta-feira, 8 de junho de 2012

Especial Dia dos Namorados 2012 - Nana & Rafa

A felicidade é feita de pequenos momentos. Um dia de sol, uma flor desabrochando. É assim quando nos descobrimos amando alguém. Assim foi com a Nana que se descobriu enamorada e correspondida. Hoje eles formam um casal unido, uma pequena família muito feliz... Preparados para se emocionar mais uma vez? Tou nas nuvens com essa história de amor!



"No dia dos namorados, Rafael e eu comemoramos o dia dos amores, porque nos amamos de tantas e tão diferentes formas...
Pensei em escrever de maneira mais racional, se é que isso é possível, em se tratando de amor... Eu não queria que parecesse clichê, ou piegas; mas o amor é e deve ser tudo aquilo que quiser e tiver que ser! Então, pesquisando na minha memória, tentei lembrar o momento que pra mim, é o momento mais especial do nosso amor: o momento em que ele se declarou à mim!
Rafael e eu nos tornamos amigos aos 14/15 anos, amizade que nasceu com a ajuda de um amigo em comum e do meu irmão. Confesso que assim que o vi, algo que não sei bem como definir até hoje aconteceu. Amor à primeira vista, atração, não sei... Só sei que daquele dia em diante eu só conseguia pensar nele...
Nos tornamos amigos, mas sabíamos que nessa amizade estava algo bem maior, mais forte, pulsando! Hoje, quando paro pra pensar, não entendo, como fomos capazes de ser amigos por tanto tempo, alimentando o que verdadeiramente sentíamos! Foram 5 anos, 5 longos anos que passamos como amigos! Ele sabia abertamente o que eu sentia por ele, enquanto eu, bem... Eu tentava ler nas entrelinhas do que ele me dizia, fazia por mim.
Mas o tempo foi passando, muita coisa aconteceu! Compartilhamos momentos muito especiais de nossas vidas. Conquistas, derrotas, perdas de pessoas muito queridas, trabalho, faculdade. Nos afastamos por um tempo, por livre e espontânea burrice de minha parte! Se eu não podia tê-lo, preferi afastá-lo e isso só nos machucou mais e mais.
Até que um dia, numa troca de emails, eu me desculpei por ter me afastado e por tê-lo obrigado a se afastar de mim, disse que estava disposta a guardar só pra mim o amor que sentia por ele. Que mesmo que ele não me amasse como eu desejava, tê-lo como amigo, pra mim, bastaria... e aí, que no dia seguinte (22/06/2002), ele me mandou um email que dizia bem assim (último verso da música "Quase sem querer", da Legião Urbana: "... eu sei que você sabe quase sem querer, que eu quero o mesmo que você".
Era madrugada e eu quase caí da cadeira! Há! Eu lia e relia pra ver se a frase dizia o que eu queria que ela me dissesse! O amor da minha vida, se declarando pra mim! Oi?? Daí, atrevida que sou, mandei outro email, dizendo que queríamos tanto... que era ate difícil saber o que queríamos em comum! Em reposta, ele me mandou um email todo nervosinho dizendo bem assim:
"Vou ser literal e dizer o que quero então: penso em você o dia inteiro, do momento em que acordo ao momento em que pego no sono e só não digo que penso em você quando durmo porque nunca lembro dos meus sonhos, se é que eles existem sem você. Vou dizer que EU TE AMO, mas tudo bem e você não acreditar agora. Eu espero. Eu te amo. Gostaria que você soubesse disso."
E olha, eu não sei dizer bem porque, aliás sei sim... Esse email foi recebido em junho! Mas só nos encontramos no dia 29 de setembro. Sabe aquele medo de ver o que mais queremos na vida se realizar e por algum motivo bizarro do destino, da vida, tudo dar errado?! Então... Por minha culpa, eu assumo. Mas em 29 de setembro nossa caminhada juntos começou! Trocamos nosso primeiro beijo no estacionamento da Igreja de São José e ele foi o início de nosso namoro.
Rafael é meu primeiro e único namorado. É meu primeiro e único amor. Tive paixonites adolescentes sim, mas amor... Só com ele! Com ele supero, diariamente, todos os meus medos, frustrações, derrotas! Com ele vivi os melhores momentos de minha vida. Foi ele que trouxe a tona o melhor de mim! Enfrentamos desafios que todos os casais normais enfrentam. Conviver não é fácil, há um turbilhão de coisas e pessoas a nossa volta, mas nossa amizade, nosso amor prevalece e prevalecerá!
É difícil pensar em palavras e sentenças que não pareçam piegas e clichês para descrever este sentimento. Lembro-me de buscar desde sempre, incessantemente, por algo que me completasse. Estudei, viajei, sonhei, me rebelei. Até que, como num passe de mágica este algo que me faltava surgiu em meu caminho.
Com nome, forma, cor, cheiro, gosto. Meu algo, meu anjo. Rafael. E nos braços dele meu mundo até hoje se transforma: é simples, é seguro, é quieto. É turbilhão, é chama que se alimenta de si mesma. Juntos, construímos um lar e compartilhamos o que nos aflige e melhora, o que nos fortalece e une. Sonhamos com o amor que do nosso próprio amor nasceria. Nossa semente, nosso fruto, nossa cria. João Gabriel se fez presente em nossas vidas desde o momento em que nos unimos...
Este amor que cresce e pulsa aqui é tão infinitamente maior que tudo, que vivo em estado pleno de graça, de felicidade, de esperança e fé. Porque ele me canta baixinho todo esse amor que me dedica, e eu lhe canto as canções que são trilha sonora da nossa vida.
Nesse dia dos amores que se aproxima eu desejo que o amor que sentimos possa ser sentido, vivido, por tantas outras pessoas! Não é o amor perfeito dos livros, é o amor possível, onde há respeito, confiança, compreensão de que caminhar juntos é sempre um desafio a ser vencido a cada e novo dia!
Feliz dia dos amores pra mim, pro meu anjo, pra nós dois, pra todo mundo! O meu cálice transborda!"







quinta-feira, 7 de junho de 2012

Especial Dia dos Namorados 2012 - Geek Girl & Gardien


Na Sociedade da Informação, casais se formam no mundo virtual primeiro. Quem poderia imaginar uma coisa dessa há 30, 40 anos atrás? No início do século passado, talvez essa possibilidade soasse como imaginação fértil de uma mente literária criativa. Porém, nos dias atuais, isso é a mais pura realidade. Piada ou realidade, os pais do Facebookson se conheceram através dessa rede social... Alguém por acaso ainda se espanta com casais formados à distância e unidos para sempre no mundo real? 

Hoje não teremos propriamente um momento especial, mas uma história muito especial. Considero especial especialmente (me desculpem a redundância) porque eu acompanho a vida virtual da Camila (Geek Girl) há pelo menos 2, 3 anos e sei todos os altos e baixos pelos quais ela passou em relacionamentos. Eu me vejo muito nela... Porque há muitos anos atrás, eu pensava - numa tremenda ingenuidade - que só se ama uma vez e definitivamente. Eu passei por um relacionamento no final da adolescência que deixou sequelas: tive muita, muita dificuldade de me relacionar novamente e abrir meu coração. Com a ela, não foi assim tão diferente... Eu entendo muito bem tudo que ela passou e sei que o que hoje ela tem com o Gilberto não é gratuito: é mérito de uma pessoa de alma pura e coração verdadeiro. No meu ponto de vista, eles se completam... Bem, a história deles fala por si!


"Conheci o Gilberto através de uma amiga em comum em 2006. Nosso primeiro contato não foi agradável, pois ele disse que estava com "cinusite" e eu disse "é sinusite, seu burro". Até hoje ele não me perdoou. AHAHAHA.

Depois de um tempo sem se falar, ele me deu uma segunda chance para provar que eu não era uma égua de ferradura nova, dando coices para todos os lados, e se reaproximou. Na época eu namorava uma pessoa. Nossa amizade cresceu. Terminei com essa pessoa e comecei a namorar outra uns 40 dias depois. E nossa amizade continuou cada dia mais forte.

Ele sempre me ouvia sobre meus relacionamentos e eu sobre os dele. Ele estava bem na friendzone do meu coração. Passávamos horas nerdiando, falando sobre coisas geeks, programação, séries, anime, futebol, zoando minha mãe... Mas nunca passou disso.

Eis que no começo de dezembro de 2010 minha vida virou de cabeça pra baixo. Sabe aqueles momentos em que você está no meio de um tornado e pra piorar o chão se abre sobre seus pés? Pois bem, eu estava num desses momentos, o pior da minha vida, e que dificilmente perderá esse posto mesmo que eu viva 100 anos. E quem estava do meu lado, apoiando enquanto eu me afogava em lágrimas e desespero? O Gilberto.

A situação foi piorando e, pra coroar, dia 04 de janeiro de 2011 eu terminei com o outro namorado. O Gilberto estava trabalhando e eu pensando que nunca mais ia namorar ninguém de longe. Quando ele chegou em casa, contei pra ele e, 5 horas após terminar um relacionamento, estava namorando de novo. XD

Na verdade, não aceitei bem isso de começo, foi aquele "mimimi espera um tempo, calma que eu ainda gosto do outro, VOU PARECER UMA PERIGUETE", etc. Então, a data oficial de namoro é dia 15/01/2011, dia que ele veio aqui no ES (ele é de MG) e nos vimos pessoalmente pela primeira vez.

Adri, você pediu pra eu escolher um momento nosso, mas não tem um preferido. Eu gosto dos momentos em que planejamos o futuro, ou nos cuidamos. Mas, para citar um, talvez nossa viagem à Buenos Aires. Foi romântico, divertido, uma experiência nova, nós dois juntinhos longe de tudo... A gente no show do X Japan, cantando juntos... Algo só nosso.

Deixo a música "Meu Ébano - Alcione". MENTIRA! ahahahahaha

Não temos ainda a nossa música. Mas, atualmente, Mikazuki, da Ayaka porque fala bastante sobre nosso momento. A música fala de um casal de namorados que se separa por alguma circustância, talvez trabalho, estudos... Mas ele se amam muito e estão lutando para depois voltarem. E ela reclama que mesmo ele falando que a ama no telefone várias vezes, ela não pode toca-lo. Como eu e o Gilberto.



Kimi ga inai yoru datte
So no more cry, mou nakanai yo
Ganbatte iru kara ne tte
Tsuyoku naru kara ne tte
Kimi mo mite iru darou
Kono kiesou na mikadzuki
Tsunagatte iru kara ne tte
Aishiteru kara ne tte

Nas noites sem você
Nada de choro, eu não chorarei mais
Estou dando o melhor de mim
Tentando ficar forte
Você também deve estar vendo
Este quarto minguante se apagando
Ainda estamos ligados
Eu te amo






Odeio traduzir ganbatte. Significa esforça-se ao máximo, dar o melhor de si. Mas também é mais que isso, rs.

Não tenho fotos nossa. Eu nasci para estar atras das cameras. XD"

Obs: assim mesmo, roubei uma foto do Flickr dela... Bom, como ela disse, ela está por trás da câmera!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Especial Dia dos Namorados 2012 - Sibele & Fábio

Estou muito feliz que "azamiga" estejam participando do especial desse ano e compartilhando momentos inspiradores de seus relacionamentos conosco de forma tão honesta, simples e sincera. Acho que amor tem muito disso: ser aberto, honesto, sincero, verdadeiro... É muito bom ter seu par, não é verdade? Hoje inspirei meus alunos a fazerem uma redação romântica: um conto divertidíssimo de Paulo Mendes Campos conta a história de um casal de pombinhos... Contei a história até a metade e deixei que eles inventassem o final. Saiu cada coisa! Fico pensando em como ainda tão cedo, os alunos têm a noção da importância de ter alguém com quem possamos compartilhar nossas vidas. 

Hoje quem conta um pouco da sua história com seu par é a tuiteira e "esmaltólatra" Sibele Hernandes e nos mostra como o amor verdadeiro é capaz de superar qualquer obstáculo!



"Nossa história começou despretensiosa, venho de uma família rígida, meus pais nunca me deram liberdade para sair com amigos, em consequencia disso, tinha poucos deles! Mas quem não tem uma melhor amiga? Na época quem preenchia esse vaga era a Gabriela, que tinha muitos amigos. E pintou uma festinha para nós irmos, um noivado, e aí começava a minha dura tarefa...pedir permissão aos meus pais, pra ser mais específica pra minha mãe, que raramente me liberava, mas neste dia, como se fosse uma coisa do destino, ela assentiu! Chegando lá vi que o noivado era do meu futuro cunhado...e assim conheci o Fabio...conversamos muito mas nem trocamos telefone, e assim, depois de passar o fim de semana sem notícias dele, ele me procurou na escola onde eu estudava! Me deu carona por uma semana, mas só no final dessa demorada semana é que demos nosso longo primeiro beijo e começamos a namorar! Apresentei ele pra minha família e a princípio minha mãe e irmã acharam ele lindo, me diziam que ele era o Edson Celulari e que eu não podia perder aquele homem! Nosso relacionamento acabou ficando sério e depois de apenas 8 meses decidimos que íamos morar juntos! Ele com  28 anos e toda uma bagagem de um primeiro casamento e um filho de 6 anos...e eu uma moleca de 17 anos que já sabia muito bem o que queria da vida! Mas nesse momento senti toda a rejeição da minha família, ele era muito mais velho e já era pai...enfim...enfrentei tudo e todos! Apostei todas as minhas fichas na nossa união, mesmo minha família toda desacreditando dela! Hoje faz exatos 17 anos que estamos juntos e a cada dia nos amamos mais! Ele sempre foi meu melhor amigo, companheiro, confidente, namorado, amante...e por fim meu marido! Temos um filho de 14 anos lindo de viver! Já ouvi de pessoas da minha família que meu casamento é um conto de fadas....me orgulho em dizer que é sim, casei com meu príncipe encantado, mas na época não estava a procura de nenhum, ele simplesmente apareceu na minha vida pra me fazer uma pessoa muito melhor! Ele  sempre termina minhas frases e sempre estamos em sintonia de pensamento! Ele é a tampa da minha frigideira! Tudo pra mim, o presente mais lindo que Deus me deu!"




terça-feira, 5 de junho de 2012

Especial Dia dos Namorados 2012 - Sil & Beto


Faltam 8 diazinhos para o Dia dos Namorados. Quem aí já tá no clima? Eu ainda não senti a flechada do cupido, mas sinto uma leve predisposição amorosa a cada história romântica que estou recebo para compartilhar com vocês. Ai de mim que sou romântica! A de hoje é a da Sil Bueno e Beto que, com certeza, foram feitos um pro outro!



"Bem, em 11 anos ao lado do Beto, já vivemos tantos momentos especiais... Tantas loucuras, tristezas, alegrias...
Mas algo que me lembrei a pouco tempo, foi a doce "coincidência" no dia que ele foi na casa dos meus pais me pedir em namoro!
Vou contar do começo, pra ver se não foi coisa do amor mesmo!
Sempre trabalhei com grupo de jovens na igreja, desde os meus 13, 14 anos. O Beto também, mas não me lembro nem dele mais magro, nem mais gordo por lá. Ele até comenta que vivia implicando comigo nas reuniões, e por consequência eu não ia com a cara dele.
Como ele não era muito fã das reuniões, ele logo sumiu delas, e eu continuei indo.
Lá pra novembro de 1999, mais exatamente na missa de finados, fui na igreja que ele participava, pra assistir a missa e encontrar algumas amigas minhas de lá.
Eis que encontro quem na missa? O distinto moço, com a avó dele. Logo ele veio apresentá-la para mim, conversamos um pouco, e como iamos pro mesmo lado pra ir embora, fomos conversando. Coisas do cotidiano, da nossa caminhada, nossas desilusões amorosas... (ambos estávamos saindo de namoros muito complicados e conturbados)
Passamos as festas de final de ano sem nos falar, na verdade até me esqueci dele novamente. 
Em janeiro de 2000, minhas amigas me contaram que ele iria fazer uma cirurgia, e que elas iriam visitá-lo. Eu muito amiga e preocupada com os amigos, peguei o telefone dele e liguei no dia 24 de janeiro para desejá-lo boa sorte na cirurgia. Passou dia 25, a cirurgia correu bem...
Logo depois fui visitá-lo, junto com minhas amigas. (que eram mais o meu cupido sem eu mesma saber!) 
Conversa vai, conversa vem... Fomos embora, mas eu fiquei com uma pontinha de interrogação na mente. Cadê aquele moço todo bravo, encrenqueiro dos tempos anteriores? E porque as meninas fizeram tanta questão de me levar junto na visita?
Fui pra casa, e por dias continuamos a nos conversar por telefone... até que pra mim tudo ficou bem claro, estava bem afim daquele mocinho bravo!
Entre mais conversas, conversas, chegou fevereiro, e nos olhamos e tivemos a certeza, junto com a pergunta: Quer namorar comigo?
Foi tudo tão lindo, singelo, simples... Aceitamos de imediato. Sim eu o pedi em namoro também!
Então marcamos dele ir na minha casa no outro final de semana, conhecer meus pais e me pedir em namoro. Em casa foi um alvoroço total, na época até minha avó estava em casa, a mais animadinha em conhecer o rapaz. Meu pai também estava me apoiando muito.
O domingo chegou, e o moço chegou! Meu irmão vem gritando me chamar, todo desconfiado: Sil o moço chegou! E tem presente!
Ele entrou, nos cumprimentamos, apresentei a minha família. E sim ele me deu um presente! E pra minha surpresa, a coincidência, foi o presente: Era uma pelúcia linda do Snoopy, meu personagem preferido! Amei o presente, e achei estranho mais muito lindo ele justamente trazer algo de que gosto.
Como naquela época, não nos conheciamos tão bem, gostos, preferências, achei muito "obra do destino". E nem internet, orkut, email eu tinha. Então era impossível ele saber algo do meu gosto pessoal. 
Tenho o Snoopy até hoje, na nossa cama. Até meu filho, Giovanni, sabe que não pode pegar, nem brincar com o Snoppy!
Outro momento que marcou muito, foi no mesmo dia. Minha avó gostou logo de cara do Beto, e não parava de elogia-lo. No fim da tarde resolvemos ir a missa, na igreja em que ele participava. 
Enquanto eu me arrumava, minha avó surge no meu quarto. Com seus cabelinhos brancos, corpo já curvado por conta da idade e seus problemas de saúde... Vira pra mim e fala: Olha esse moço vai ser muito bom pra você. Não perca ele. Ele estará sempre com você. É um bom rapaz, e com certeza vai te fazer muito feliz!
Na hora nem liguei muito, ouvi com atenção, mas não vi, que ali ela estava prevendo nosso futuro!
Não é que a danadinha estava certa! O futuro já dura 10 anos juntos, e vai durar o infinito.
Ela já se foi, mas estava lá no dia do meu casamento, com um sorriso lindo, e com certeza abençoando nossa união!"

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Especial Dia dos Namorados 2012 - Fabíola & Ricardo

Faltam 9 dias pro Dia dos Namorados e quem conta seu momento especial hoje é a tuiteira e instagrammer Fabíola. Ela e o maridão têm uma história bem romântica e inspiradora... Vamos acompanhar!

"Eu tinha 22 anos, ele tinha 28 anos, eu estava querendo uma pessoa boa do meu lado, um companheiro, ele estava procurando também uma companheira que poderia lhe trazer um pouco de paz, depois de um namoro de 9 anos, muito conturbado.
Lá estava eu, rata de internet, no orkut, falecido orkut, na comunidade da minha cidade. Estava criando um tópico adolescente demais, brincando com os membros que passeavam por ali e ele surgiu, nos divertimos no tópico e não sei se ele ou se eu pedi seu msn.
Pois bem, trocamos msn e ficamos uma semana conversando todos os dias, em 2005, eu acho que minha internet já era ADSL, mas a dele era discada, então imaginem, eu acho que eu ficava acordada até depois da meia noite para conversarmos.
Mesmo muito tímidos, resolvemos nos encontrar para um churrasco e ele veio me buscar em casa; minha mãe aprontou maior escândalo pois querendo ou não, era um encontro marcado na internet, quem seria essa pessoa? Poderia ser um bandido! Um louco! Um sequestrador... risos.
Mas bati o pé e fui do mesmo jeito, nos abraçamos assim que o vi no portão, não sabia o que fazer, o que dizer, e devo ter ficado vermelha como um pimentão...entrei no carro e fomos para o tal churrasco.
Conversamos, conversamos, bebemos um pouco também, ele me chamava muito a atenção, era e é muito lindo... Chegou uma hora, com minha paciência mega limitada e ansiedade a mil, que cheguei perto dele, e disse: - Não sei se devo, mas... (eu não lembro se foi isso mesmo que disse, mas foi algo no estilo, ele deve saber), pois bem, continuando, aí o beijei e como foi bom!
Ele foi muito carinhoso comigo, muito, saímos dali, fomos dar uma volta na cidade, fomos ao Cristo, que é uma estátua enorme da cidade e point... risos!
Depois daquele momento, não desgrudei mais dele, começamos nosso namoro.
Namoramos por 4 anos, noivamos, e em 2010 nos casamos. Hoje temos 2 anos de casados e nosso filhote é o Amendoim, nosso fofo mais fofo da terra, um shihtzu que tratamos como nosso filho de verdade.
Temos nossos momentos down como qualquer outro casal, mas temos muitos momentos felizes e alegres. Nos divertimos juntos, somos companheiros um do outro, tiramos sarro, contamos piada, mas falamos sério também.
Com ele aprendi muitas coisas e com certeza, ele aprendeu comigo também, porque é assim que deve ser, um deve sempre somar ao outro.
Acho que é isso, se fosse contar tudo, eu teria um livro publicado, pois todo casal sabe o drama e a comédia que é viver junto, dividir uma casa, mas já deu pra dar um gostinho pros indecisos de plantão, certo? O Dia dos Namorados está chegando e uma dose de romantismo vem a calhar".






domingo, 3 de junho de 2012

Especial Dia dos Namorados 2012

Datas comemorativas são como faca de dois gumes: machucam as pessoas que não têm mãe, que não têm pai, filhos ou mesmo dinheiro para comprar presentes. O Dia dos Namorados é cruel com os solteiros. Já amarguei meus anos solitários e hoje em dia passo ilesa por essa data sem tanto sofrimento. Gosto mesmo do Valentine's Day, mas acho o 12 de junho especial, de certa maneira. Como já fiz outras vezes, vou fazer posts especiais para essa data com participação de amigos blogueiros/tuiteiros. Esse ano, o tema será Momentos. Cada participante escolherá um momento inesquecível junto do namorado/namorido/noivorido e vai dividir conosco. Espero que essas histórias de amor inspirem a todos indistintamente!

Eu e meu noivo nos conhecemos no milênio passado... Ele nunca marca datas, mas ele se recorda de todos os momentos mais especiais que tivemos, com certeza, muito melhor que eu jamais poderia. Em todos esses anos, vários momentos foram especiais: o dia em que nos conhecemos, por exemplo... Jamais vou me esquecer. Minha memória seletiva registra hoje muito menos do que eu gostaria. É possível recorrer a ela para tentar sentir ou reviver as emoções desses momentos, mas um momento é impossível de se repetir. Cada um deles é único e insubstituível.

Um dia, estávamos caminhando juntos e mãos dadas, voltando pra casa à noite, depois de um longo dia de trabalho pelas ruas do centro de Belo Horizonte. Não me lembro sobre o que falávamos, mas me lembro da epifania que tive num dado momento, bem quando passávamos por perto do Mercado Central: eu tive, naquele momento, uma certeza tão profunda... Senti que, mesmo depois de muitos anos, ainda andaríamos pelas ruas da mesma maneira.


sábado, 12 de maio de 2012

Para as esquecidas - Dia das Mães


Mais uma vez celebramos uma data querida. Reunimo-nos em família, festejamos, presenteamos, comemos e bebemos para homenagear aquela que nos gerou, amamentou e nos educou. As mamães com seus filhos desmbrulhará presentes que nem significam tanto quanto o beijo do rebento nessa manhã iluminada de domingo - mesmo que o sol esteja encoberto, o Dia das Mães será sempre iluminado para uma mãe que tenha junto de si seus filhos. Um cartãozinho feito à mão, uma arte feita de macarrão, qualquer coisa que o esforço de seus dependentes signifique para pagar tributo à sua afeição alegrará mães de todas as classes sociais.

Eu amo a minha mãe. Não estarei com ela esse ano como estive durante quase todos os anos que tenho de vida. Não sei se devo lamentar. Um dia apenas para simbolizar o que uma mãe merece por tudo que abdicou pela maternidade não é suficiente. Um dia só não deve apagar todos os outros  em que seu carinho foi retribuído espontaneamente, sem marcar datas.

Não sou de acreditar em clichês. Ser mãe muda tudo? Há mães que planejaram e quiseram seus filhos desde o início. Há outras que não quiseram e ainda assim "suportaram" terem que ser mães contra a vontade. O amor dessas mães é diferente? Não tenho nenhuma dessas respostas. Não sou mãe e provavelmente nunca serei.

Hoje eu quero lembrar das esquecidas: aquelas mulheres que nunca puderam ter filhos. Aquelas que tentaram e não conseguiram. Aquelas que, ainda que sem planos, engravidaram, aceitaram e perderam. Ninguém, no Dia das Mães, pensa nas mães que quiseram ser mães e nunca puderam. Para algumas delas, a maternidade é um sonho que deve ser realizado. Elas gastam sua energia, dinheiro e esforços para terem seu bebê; se submetem a tratamentos, sofrem com os fracassos das tentativas sem desistir. Quero homenagear essas mães: essas que viram seus sonhos escorrerem por entre suas pernas - uma dor vermelha e implacável. Todos imaginam a dor de uma mãe que perdeu seu filho nascido, mas nunca imaginam a dor das que perdem seus filhos por existir. Ninguém sabe a dor muda e silenciosa dessas mães. A elas presto todas as homenagens porque elas não vão desembrulhar presentes, receber abraços, beijos e mimos carinhosos de seus filhos nesse domingo. São elas menos mães do que as que a comemoram a maternidade no seio de seu núcleo familiar? Muitas dessas mães só têm a si mesmas...

Hoje houve reunião pedagógica na escola. Alguns alunos estiveram presentes para a celebrações da escola para essa data. Um dos meus alunos veio dizendo: "professora, você é mãe?" Institivamente respondi: Não, meu filho... Não tenho filhos. E ele disse: "Ah, mas você é nossa mãe..." Me senti homenageada também.

domingo, 15 de abril de 2012

O nosso maior medo





Medo devia ser uma palavra mais exdrúxula. Com muitas sílabas, acentos, encontros consonantais, cedilhas, etc... Uma palavrinha de 4 pequenas letras: destrói, corrói. Você tem medo de quê? Tenho muitos medos inconfessáveis. E tenho um desejo imenso de viver uma vida sem medo. O medo é uma jaula que nos bestializa. Uma prisão sem muros. Grilhão ilusório. Amarra invisível. Gás paralisante. Tenho medo de ter medo de ter medo e isso não torna confusa a força do meu adversário. Tenho medo de confessar meus medos. Tenho medo de fingir que o medo não existe. Tenho medo de acreditar no medo. Tenho medo de todos os medos do mundo. Hoje, quero confessar meus medos. Tenho mais medo do próprio medo do que de meus próprios erros. 

Tenho medo de não ser forte. Tenho medo de ser frágil. Tenho mais medo de machucar que ser machucada. Tenho medo de não conseguir viver a vida que eu quero para mim. Tenho medo de fingir ser o que não sou. Tenho medo de não ser a pessoa que eu acredito ser. Tenho medo de descobrir que além de ser a sombra do que eu era, não sou nem a metade do que eu queria ser. Tenho medo dos meus desejos. Tenho um medo medonho de perder. De  me perder. 

Ontem li uma citação que dizia o seguinte: "a alma não tem segredos que o comportamento não revele". Seria brilhante a assertiva se acaso fosse a alma quem se comporta. A alma não se revela porque a alma não tem segredos. A alma simplesmente é. Quem sente dor, rancor, mágoa, tristeza ou medo? Acho que tenho medo de saber. 

Não tenho medo da decepção. Tenho medo de decepcionar. Não tenho medo de errar. Tenho medo de não ter razão - para existir, para entender, para aceitar, para desistir... ou para lutar. Não tenho medo da solidão. Tenho medo de ser só. Tenho o medo medonho de magoar quem eu amo irremediavelmente. Não sou desprovida de coragem. Às vezes mergulho e me entrego ao imprevisível, me arrisco no escuro. Mas o meu maior medo... é que me descubram antes de mim.







sábado, 7 de abril de 2012

Feliz Desanivesário





A primeira vez que eu vi Alice no País da Maravilhas da Disney fiquei um tanto quanto decepcionada. Não sei explicar exatamente por qual motivo. Presumo que seja porque vi num momento errado da vida. Eu não entendi bem aquela overdose maravilhosa de cores e surrealismo. Tenho um pouco de reserva com unanimidade. O que dizem que é clássico nem sempre é sinônimo de excelência.

Aniversários são unanimidade. É considerado quase uma lei universal que seja celebrado, festejado, aclamado como evento especial na vida de todo ser humano. Mas por quê? Meu pai amava aniversários. Mesmo quando não tínhamos muito, meu pai fazia extrema questão de comemorar nossos aniversários com bolo, docinhos, salgadinhos e guaraná. Nunca se furtava a esse capricho. Ele gostava de festas... A primeira memória de aniversário que tenho foi quando tinha uns 4 anos. Ganhei uma boneca Susie do padrasto da minha mãe. A primeira festinha que me lembro com mais nitidez foi a de 5 anos. Morávamos no interior. Estavámos longe de todos os outros membros da família e mesmo assim, papai me comprou um bolo bem grande, encheu a mesa e convidou vizinhos para que eu cantasse parabéns e soprasse velinhas. Uma outra memória bastante curiosa é a do aniversário de 1 ano do meu irmão caçula. O tema foi o Sítio do Pica Pau Amarelo e veio a família toda em peso! A casa cheia, muitos vizinhos e amigos do meu pai estavam presentes. Havia muita comida, bebida e dança. Meu pai dançava muito, muito bem. E adorava me ensinar. Todos paravam tudo que estivessem fazendo para nos ver dançando gafieira, tango, todas as danças clássicas que papai conhecia e eu o acompanhava tão bem. Achavam lindo uma menininha de 7 anos dançando com o pai. Enquanto houve infância, papai nunca deixou de celebrar um aniversário meu sequer com festa. Nos meus quinze anos, tive o debut dos sonhos de toda menina, com toda pompa e circunstância... Tive meu dia de princesa...

Anos e anos tão longe agora da infância e sem meu pai, me questiono por que aniversários são tão importantes e celebrá-los tão imperativo quanto uma lei? Depois que fiquei adulta, aniversários viraram uma data social. Hoje em dia poucas pessoas ligam para cumprimentar, mas mandam e-mail, tweets, mensagens virtuais nas redes sociais para que a gente saiba que foi lembrado. Esse ano fiquei comovida com a infinidade de mensagens atenciosas e carinhosas que recebi e particularmente feliz por não estar sozinha nessa data, embora o "acaso" conspirasse para impedir que estivessem comigo na referida data. Comprei bolo, refrigerante e escolhi lugar. Chamei pessoas, como fazia meu pai. Mas ele, não sei por que, atraía sempre o público para seus eventos grandiosos. Acho que não tenho o mesmo talento dele. Todavia, não posso me queixar: tive a festa de aniversário mais singela e gostosa dos últimos anos. Como há muitos não fazia, soprei "velinhas" e os queridos que estavam comigo me cantaram parabéns pra você... 

Mais importante que aniversários - data que nos faz lembrar que estamos vivos quando a morte nos faz lembrar que devemos pensar no por que estamos vivos - são todos os outros 364 dias que o sucedem. Nos desaniversários não temos a obrigação de estarmos sorrindo e felizes porque é um dia "especial"; nos ocupamos em estarmos nervosos, ansiosos, estressados, criando e realizando desejos. Não é interessante pensar que nos desaniversários acontecem os aniversários de outras pessoas? Hoje é o meu desaniversário... É o seu também? Por que não comemorar?





quinta-feira, 1 de março de 2012

A nobreza de um ninguém - Albert Nobbs


A premiação do Oscar esse ano foi um fiasco. Ainda bem que eu me neguei a assistir para não morrer de ódio. Nos últimos anos, parece ter havido um surto de falta de criatividade. E há algo de podre num reino chamado Hollywood. Dos indicados a melhor filme, assisti 2: Meia-noite em Paris (belíssimo!) e A invenção de Hugo Cabret (chatíssimo). A 84ª festa do cinema nesse quesito foi nota zero por deixar de fora uma película digna do prêmio mais nobre do cinema mundial: Albert Nobbs

Pouquíssimo comentado pelos que se dizem "cinéfilos", o filme, baseado num conto naturalista do irlandês George Moore,  conta a história de Albert Nobbs, um perfeito serviçal de um hotel de luxo em Londres. Mr. Nobbs é admirado pelo seu empecável senso de detalhes, discrição e uma estranha sensibilidade para com as preferências dos hóspedes, a quem serve com maestria. Nobbs tem sonhos e trabalha duro para realizá-los. O drama de Albert é revelado logo no início e é ele quem dá a Glenn Close a merecidíssima indicação ao Oscar nesse ano. A atuação de Close é tão digna e tocante que  julgo vergonhosa sua derrota para a eterna Miranda (de O diabo veste Prada), Meryl Streep. Além do show de interpretação da atriz, no elenco estão alguns personagens queridos como o Sr. Wesley, de Harry Potter, o rei Henry VIII e a Catarina de Aragão da série Tudors e a Alice de Tim Burton.  Impossível entrar em detalhes sobre a trama - tão sensível, tão crítica e atual - sem revelar partes importantes da história. Portanto, farei apenas duas breves considerações; uma delas é que é muito interessante entender o filme pela perspectiva do Naturalismo literário. Nesse estilo de época, a realidade nua e crua é revelada em amplo espectro pela literatura: o ser humano é cruel, mesquinho e insensível. Todos são vulgares e no mundo não há lugar para pessoas virtuosas, nobres. É como se o papel de denúncia social coubesse aos poetas e escritores e não aos jornalistas ou os atuais "formadores de opinião" que se autointitulam blogueiros. Outro ponto - o mais interessante, presumo - é a particularidade do sobrenome do protagonista. Nobbs pode soar tanto como Nobre (Noble) - não aquele que possui títulos e riqueza, mas as melhores virtudes: honradez, gentileza, consideração, amabilidade... - como Ninguém (Nobody) - aquele cuja sociedade rejeita; um ente invisível, nulo. 


Ando muito chateada com essa coisa de premiações. O que é o reconhecimento da academia diante da nossa própria capacidade de julgar o que é bom para nós mesmos? Ficou muito evidente que o filme do menininho orfão (muito clichê!) foi incensado pela distinta direção de Scorsese (diretor que eu adoro, diga-se de passagem). Gostaria muito que o Woody Allen tivesse levado a estatueta! E sobre o vencedor, não há muito o que dizer - literalmente, por motivos óbvios! A nobreza, a gentileza, o amor não são valores que a academia deve reconhecer. É o que começo a perceber...

Às vezes me pergunto por que nos iludimos com essas coisas. A história de Nobbs mostra que do século XIX pra cá, o homem continua o mesmo: trapaceiro, sempre querendo tirar proveito dos demais, indigno de confiança ou crédito. Já perdi todo o meu com relação a essa mentira que se chama Oscar. Finalmente vi uma adaptação literária que faz juz à obra. E estou certa de que isso é a coisa mais rara que existe. Tão rara quanto a nobreza de caráter humano ultimamente...

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Arthur, o Milionário Hilário

Nunca pensei que eu fosse uma pessoa apegada ao passado, mas acho que quando vamos envelhecendo as lembranças se tornam preciosas... Por que? Porque são provas irrefutáveis de nossa dor e glória. Tenho um certo orgulho de ser de uma geração que viveu os anos 80. Década incrível de fato... Grandes filmes, belas canções, bons tempos que nos fazem - nós que temos mais de 30 - bastante nostálgicos. 

Não curto remakes dos meus filmes favoritos. É meio que uma heresia, sabe? Porém, essa semana eu vi um remake de um dos maiores clássicos da comédia romântica: Arthur, o Milionário Sedutor. Muito difícil ver o milionário arruinado de Dudley Moore na pele de um ilustre desconhecido com cara de cavalo e uma pobre menina pobre substituindo a talentosíssima Liza Minnelli. O roteiro que recebeu uma indicação ao Oscar foi adaptado e, de certa forma, recebeu um upgrade que parece ter transformado o milonário sedutor em um milonário hilário. Se no original Hobson é o mordomo, Hobson muda de gênero e se torna uma governanta... quer dizer, uma Nanny Mcphee da menopausa, parafraseando uma das quotes engraçadíssimas que fazem o filme valer a pena ser assistido, adoravelmente sarcástica que roubou totalmente a cena. O remake me ganhou em um aspecto bastante interessante: porque precisamos perder para ganhar? Não podemos saber o valor de tudo que temos simplesmente até perdê-los para sempre? 

2012 tem sido cheio de tropeços - literalmente. Me sinto muito insegura a respeito do meu futuro. Esse filme me fez pensar que segurança material não é de modo algum garantia de felicidade e bem-estar. O que nos faz bem, nos dá segurança e nos torna especiais é o amor das pessoas... Que tal prestar atenção nas pessoas que te amam de verdade? Porque perder tempo pensando que não tem o amor que merece quando ele está bem debaixo do seu nariz (nos membros da sua família, nos seus amigos e até nos seus pets)? Ninguém deve esperar sofrer para aprender coisa alguma... É suficiente ter os olhos e o coração bem abertos!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Amor em Pedaços

Para Tio .Faso

A vida, às vezes, é doce. Algumas vezes, amaríssima! Ter energia e disposição para vencer cada desafio que ela nos impõe a cada dia se torna uma tarefa muito difícil quando o viver é desprovido de sabor. O que dá sabor à vida? A família, os amigos, os amores... Ah, os amores... A gente vai amando tudo! Mesmo quando ainda sequer nos entendemos por gente. Amamos "dedeira", o paninho, os brinquedos... nossos pais, os amiguinhos, as brincadeiras... as músicas, os tênis, as roupas, os livros, pessoas... E assim o ato de amar vai se tornando cada vez mais complexo. Como pode uma coisa que nasceu espontaneamente, sem que ninguém a cultivasse, ocupar o nosso ser de tal forma que não fôssemos mais capazes de nos sentir inteiros, íntegros sem ela - essa coisa chamada amor? O amor está em pedaços... Pedaços de nós que se tornam as coisas, as pessoas, os momentos...

Amor em pedaços é um doce muito mineiro, muito embora sua origem seja portuguesa. É um doce que se faz com açúcar (e com afeto!), abacaxi, coco... Farinha, manteiga, ovos... Tudo junto, casadinho - deliciosamente. Ontem foi a primeira vez que tentei fazê-lo. Receita que ganhei de uma amiga paulistana. Sabe quando a gente ama uma pessoa e não quer "pisar na bola"? Quer fazer tudo certo: usar a roupa certa, o perfume certo, o penteado certo... a palavra certa, na hora certa... Assim eu escolhi os ingredientes certos: o abacaxi mais doce (achei um milagre acertar dessa vez!), ovos capira fresquinhos... Tudo para ficar mais próxima da perfeição. Do mesmo jeito que alguém que faz tudo certo e ainda assim leva um fora (ou dá um fora por razões que a própria razão desconhece), meu amor em pedaços não ficou perfeito e isso me deixou triste. E não é assim que ficamos quando um grande amor "termina"? Sim, entre aspas porque acredito que quando amamos de verdade, não há desamor. Há uma mudança de rumos, mas o amor não deixa de existir.  O recheio dessa sobremesa é cozido lentamente em fogo brando. Como nos relacionamentos... Cozinhamos nossos sentimentos no fogo brando da nossa paixão, mas nem sempre acertamos o ponto. "Onde foi que eu errei"? - nos perguntamos. E as perguntas não cessam... 

Houve amor? Houve sim... No desejo que motivou o preparo, no anseio pelo resultado, nas escolhas... E nos erros. Porque ninguém erra sem ter tido o profundo e autêntico desejo de acertar. Há amor? Claro! O doce, ainda que imperfeito, é cheio de aroma, cor e sabor. Provei meu doce imperfeito e dividido... Aceita um pedaço?