sábado, 31 de janeiro de 2009

Sim senhor (2008)


Sempre gostei do Jim Carrey. Há tempos sei que posso ir ver um filme com ele no elenco e sempre sair satisfeita do cinema. Dessa vez não foi diferente.

Fomos ao cinema para ver o filme do Tom Cruise. Mas não estava em cartaz. Vi o do Jim e disse: vamos ver esse então? Ele disse sim sem saber sequer o nome do filme. Ele não gosta de comédia romântica. Se soubesse que era, nem teria interesse. Mas ele disse sim. E nos divertimos muito no cinema como há muito tempo não nos divertíamos!

Sim senhor toca questões sociais muito relevantes: ter amigos, estar com alguém e progredir na vida. A filosofia do sim para tudo é meio The Secret. E de fato, acredito que uma atitude positiva em diversas situações pode mesmo promover mudanças consideráveis na vida de um indivíduo. Mas o problema é a gente buscar essas coisas sem ao menos se perguntar se realmente elas nos fazem felizes. Um dos momentos mais legais do filme é quando Carl (Jim Carrey) tenta salvar um suicida. Ele canta uma música do Third Eye Blind chamada Jumper. É a melhor parte do filme!





Revendo esse trecho, meu namorado e eu achamos uma nova graça na cena. Uma engenhosa e curiosa homenagem aos Beatles!! Vejam:

a) Ele toca de cima de um prédio: os Beatles fizeram uma apresentação no terraço do prédio da Apple em Londres cantando Get Back. Get back significa VOLTE! Carl também causa frisson na rua com sua apresentação, assim como os Beatles! =D
b) Carl faz o chifrinho do "heavy metal": O primeiro homem a fazer esse sinal foi o John Lennon na capa do disco Yellow Submarine.
c) Carl diz "I've got blisters on my fingers" com carregado sotaque inglês: O primeiro som heavy metal da Terra foi feito pelos Beatles e se chama Healter Skelter. No final da música, Ringo berra a frase famigerada que acabou ficando na versão original.

Assim, o trecho ganhou uma graça toda especial para nós que somos beatlemaníacos!

O filme me fez pensar. Não na importância de estar em companhia dos amigos, de ter alguém que me ame do meu lado e uma promoção no trabalho, mas em como a gente precisa, para fazer escolhas certas, além de ter uma atitude positiva (que não se resume a simplesmente dizer sim para tudo), ser muito honesto consigo mesmo.

P.S: só pra constar: o filme é baseado no livro de um autor inglês chamado Danny Wallace. Fiquei muito curiosa, mas não sei se tem traduzido para o português.



sábado, 17 de janeiro de 2009

Os 7 Pecados Capitais


Você saberia listar de cabeça os 7 pecados capitais pela ordem? Nem eu. Mas é certo que todos nós cometemos esses 7 invariavelmente, contrariando todos nossos desejos maniqueístas de sermos virtuosos (que não passa também de um desejo de sermos aceitos, apreciados, distintos de quem é considerado mal). O que são pecados? Pecado, por definição, é a transgressão de preceitos religiosos. Religiosos ou não, todos nós estamos sujeitos a contrariar tais preceitos. Vejamos:

Vaidade: Considerado o pecado mais grave de todos, encabeça a lista. É o resultado da necessidade de atrair a atenção do outro para si, muitas vezes com intuito de provocar a inveja alheia. Em outras palavras, a vaidade existe porque sentimos uma necessidade de nos distiguirmos uns dos outros, não simplesmente sermos singulares mas sermos os melhores entre os melhores. Embora esse seja considerado o pecado mais grave, é o que mais se estimula em nós desde crianças por nossos próprios pais ao nos compararem às outras crianças.

Inveja: Define-se pelo desejo desmedido em possuir atributos, posses e habilidades alheias. Diz-se que não é intrínseca ao ser humano, sendo resultado da competitividade em que nossa sociedade se baseia - pode ser uma das causas, de fato... Para mim, a Inveja é aquela sensação horrível de que outra pessoa tem aquilo que deveria ser exclusivamente seu e mais ninguém. Não é possível sentir inveja e não sentir Ira (o próximo da lista). Ao contrário do que possa parecer e que não fica tão claro em outras línguas que não a nossa, ciúme e inveja não são sinônimos. O Ciúme é o insuportável mal-estar que nos assoma quando sentimos que algo precioso está sendo tirado de nós, algo que deveria ser somente nosso.

Ira: É difícil definir esse pecado. Aliás, como pode um sentimento que parece brotar de um processo aparentemente natural ser considerado uma transgressão? É certo que o que nos afeta negativamente é de fato uma transgressão. Mas é possível se sentir culpado por sofrer uma descarga de sentimentos negativos que obliteram a razão quando nos humilham, ofendem, ou roubam o que é nosso? A Ira me parece uma reação "natural" ao que nos causa sofrimento.

Preguiça: Grosso modo, é vontade de fazer absolutamente NADA. O problema da preguiça é que para o mundo capitalista girar, ninguém pode ficar parado! Então é um pecado ficar à toa - entenda-se lendo, filosofando, navegando na internet... Preguiça é um pecado contra a sociedade. A preguiça para mim é sintoma de desinteresse por atividades que nos dão vitalidade e passa a realmente ser um pecado quando nos tira o desejo de viver.

Avareza: Ausência do desejo de compartilhar - especialmente dinheiro. Fácil entender porque esse pecado está na lista. Afinal, a Igreja não seria rica hoje se não fosse ele! Trata-se de um instinto de preservação daquilo que julgamos que nos fará falta se compartilhado.

Gula: Gula é querer ter mais do que o que já se tem. É uma coisa triste... Porque a gula vem suprir o que já é o bastante mas que não sentimos como suficiente. A gula é angustiante porque nunca está satisfeita. É como a ganância que nunca tem fim. Existe uma causa profunda para ela. E se não a descobrirmos, continuaremos seus escravos.

Lúxuria: Querer ter prazer é pecado. Luxúria é nada mais que isso: querer ter prazer. Por que a Igreja colocou isso na lista é simples: você está constantemente cometendo um pecado gravíssimo e precisa dela para se salvar! Fez do sexo um tabu para escravizar a humanidade.

Nossa cultura judaico-cristã nos fez sentir culpa por tudo aquilo que sentimos sem uma justa explicação. O que são chamados pecados simplesmente brotam como sentimentos em nós. Nossa racionalidade e julgamento nos obrigam a constantemente fazer essa regulação que nos causa sempre sofrimento psicológico. A Igreja nos fez acreditar que confessando os pecados e pagando as penitências esse sofrimento estaria aliviado. Mas ela não nos ensinou a descobrir a fonte de todos eles. Isso ninguém ensina. Quer aprender? Descubra por si mesmo!


terça-feira, 13 de janeiro de 2009

No one can destroy The Metal - Tenacious D: The Pick of Destiny


Quem me conhece jamais poderia imaginar que eu começaria o ano falando sobre um gênero musical que nunca foi o meu favorito. Ano novo, novas perspectivas. Por que não?

Tudo que eu conhecia de heavy metal não passou de preconceito. Todas as imagens, sons e personagens desse gênero estavam associados ao comportamento repreensível do meu irmão mais velho. Ele tinha posters no quarto: AC/DC, Judas Priest... E tinha um disco (isso mesmo: os velhos LP's, hoje artigo de colecionador, quase peça de museu) com uma capa "terrível" de um tal de Dio. Um dia ele alugou na locadora um filme do Pink Floyd (hoje eu sei que isso não é heavy metal, mas para mim, naquele época, era tudo farinha do mesmo saco) e eu associei também às más companhias que ele tinha. Por muitos anos, eu realmente não suportava rock. Metal então, estava fora de questão. Até eu conhecer uma pessoa que não deixa passar nada: porque ela ama música mais do que a própria vida. Vocês podem imaginar como uma pessoa pode despertar na gente uma paixão pelo simples fato dela estar apaixonada? É como se fosse uma "doença" contagiosa. Mas ela só se instaura se você deixa. E eu deixei de lado meus preconceitos e comecei a ouvir todo tipo de música: inclusive metal. Por natureza, não sou do tipo de pessoa que vai amanhecer com vontade louca de ouvir Black Sabbath ou Iron Maiden no último volume, mas eu posso curtir junto com essa pessoa hoje numa boa.

A nova geração não conhece rock'n'roll. Não sabe mais o que é rock. O conceito mudou bastante e muita coisa se perdeu. Ninguém curte mais esse tipo de música. Os que curtem são considerados monstros sagrados que "pararam no tempo" - já passaram dos 30 ou 40 e são chamados de tiozões ou vovôs do rock. Novamente, puro preconceito. Porque música não é tempo - como toda arte, é atemporal. Ela de fato é registro do tempo, posto que o representa. Música simplesmente deve ser. E não é um crítico ou um leigo que vai definir para mim a qualidade de uma música. Meu critério é simples: gosto ou não gosto. Simples assim.

O Metal hoje é um deboche: pura sátira do que quem viveu os anos 80 conheceu. Aliás, tudo que se refere aos anos 80 é transformado em risível por uma geração que não sabe do que está falando. E eu acho que quem curte metal deve se sentir ofendido com isso. Polêmica à parte, eu acho ótimo que o Metal seja mantido vivo, nem que seja por causa dessas brincadeiras.

Quem não curtiu o Massacration? Quem não riu muito de Escola do Rock? Então, assista Tenacious D - The Pick of Destiny. Jack Black é engraçado só de olhar para ele. E quando ele atua e canta, ele detona! Por incrível que possa parecer, a banda de Jack Black e Kyle Gass existe mesmo. Tenacious D existe desde 1994. Embora pareça tudo uma brincadeira, rock pra esses caras é coisa muito séria. E para falar a verdade, a seriedade deles está nisso: TO PLAY (tocar/brincar) ROCK. As letras são engraçadas e o estilo lembra os clássicos do rock: The Who, por exemplo. O filme é uma paródia da história real da banda. Uma mistura clássica de pastelão estilo Quanto mais idiota melhor e Debi & Lóide. As músicas do filme são ótimas de verdade! Ainda que as letras sejam estúpidas e ridículas (eis a graça afinal!), elas são tocadas de forma perfeita - Black realmente canta muito bem rock'n'roll e Gass também toca muito! Kickapoo, a música que abre o filme, lembra muito o filme do The Who e um clip (pra lá de clássico) do Twister Sister. Atenção especial para o encontro da dupla na praia em Hollywood: Gass toca Bach, Beethoven e Mozart estilo rock! Confiram:



A música que encerra o filme nos créditos não é somente engraçada. Ela é verdadeira. O Metal não vai morrer. Nunca!

Tenacious D - The Metal (O Metal)

Você não pode matar o Metal
O Metal se manterá vivo

O Punk Rock tentou matar o Metal
Mais eles falharam e estão caídos no chão


New Wave tentou matar o Metal
Mas eles não só falharam como eles foram jogados no chão

Grunge tentou matar o Metal
Hahahahaha eles não só falharam como foram derrubados no chão

Ninguém pode destruir o Metal
O metal vai derrubá-lo com um sopro vicioso
[Punk, New Wave e Grunge] Nós somos os inimigos derrotados do Metal
Nós tentamos ganhar porque nós não sabemos [quão poderoso é o Metal]

A New Wave tentou destruir o Metal
Mas o Metal deu jeito
O Grunge tentou destronar o Metal
Mas o Metal estava no caminho
O Punk-Rock destruir o metal
Mas o Metal é muito mais forte
A Techno tentou sujar o Metal
Mas a Techno foi comprovadamente considerada ruim
Yeah!

Metal!
Veio do inferno!

Let's rock, so! HAPPY 2009!