terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Balanço Geral 2011

Já ouvi falar que Balanço Geral é o nome de um desses programas sensacionalistas que mostram sangue e violência e que têm muita audiência. Acho que é bem ao contrário do meu blog que já tem alguns anos de existência e nunca teve tanta audiência assim. Nunca postei nada polêmico ou sobre violência. Minha vida é muito sem graça para o grande público. Não tenho nada para falar a não ser sobre as coisas que eu vejo e que me tocam.

Esse ano foi muito, muito difícil. Nova cidade, grandes desafios... Longe da família e de tudo que eu sempre considerei como segurança, vivi momentos muito turbulentos. No trabalho, me senti no meio de uma guerra e sinceramente não sei como suportei até aqui. Tomei muitos tombos e nunca havia me sentido tão solitária em toda minha vida. Mas o Amigo de Todos os Amigos esteve do meu lado o tempo todo para enxugar minhas lágrimas e me dizer que nem tudo estava perdido...

Nem tudo foi tristeza. Vivi grandes aventuras: participei do Rango Camp - e fiz novos tweetamigos -, participei de vários outros eventos legais - conheci a Lia (amicíssima antes só virtual), o Leandro Bravo (simpático demais da conta)... Conheci alguns famosos casualmente e ocasionalmente.. Conheci uma amiga virtual que abriu as portas da casa dela pra mim e me recebeu em seu coração num momento em que eu pensei que ninguém mais faria isso por mim, conheci Santos com a minha pessoa e tenho uma nova família... tenho uma irmã e dois sobrinhos lindos!

Aprendi muito sobre mim mesma esse ano. Conheço melhor minhas fragilidades e hoje posso dizer que sou mais fiel aos meus princípios que antes. Sei que eles não servem para a grande maioria, mas tenho certeza de que não devo jamais abrir mão deles em função disso. Amizade ainda é e será para sempre meu maior valor nessa vida. Sou fiel e leal aos meus - novos, velhos e os vindouros.

Provei novos sabores, embora eu tenha ficado muito afastada da cozinha por quase todo esse ano que está por acabar. Senti muita falta da minha casa, da comidinha da minha mãe (que hoje sei que é muito salgada) e da minha Schnauzer... Ela está tão velhinha e doente que não me reconhece mais direito. Ela não vai durar muito mais. Sei que essa está sendo uma despedida... É muito triste dizer adeus...

Perdi vários show imperdíveis esse ano e nem queria lamentar por isso... O único em que pude ir foi meio frustrante em alguns aspectos, mas de toda forma foi um sonho realizado.

Considero-me uma pessoa bem sensível, mas penso que tudo que passei me deixou ainda mais atenta ao que os olhos da maioria não conseguem ver. Por isso, me senti inclinada a fotografar mais. E fiz fotos das quais me orgulho. São fotos de flores, de folhas e de coisas bem singelas.

Esse ano li menos do que gostaria, mas fiz muito boas leituras. Li muitos artigos e capítulos de livros para os trabalhos das faculdades (sim! estou cursando duas faculdades de uma só vez), mas li também pra relaxar e me divertir.

Sei que sou viciada em redes sociais e na internet. Só cortá-los de mim e eu fico maluca... Não sei ficar longe daqui... Mesmo tendo tido muito pouco estímulo para postar com frequência, nunca abandonei o blog. Não penso nisso, ainda que eu saiba que perdi muitos leitores nesses longos hiatos...

Não tenho resoluções nem desejos de ano novo. Aliás, nunca fui muito ligada nessas tradições. Eu acho que o que virá depende muito do que somos e do que fazemos nesse exato momento. Não dá pra prever o futuro sem pensá-lo como fruto de nossas ações e sonhos do presente.

Desejo a todos os leitores do blog e amigos queridos um 2012 mais divertido, com bastante saúde, felicidades e sempre renovada alegria!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Deixe-me ser quem sou - 10 anos sem George Harrison



Para Cláudio Campos

É difícil ser a gente mesmo se nós nem ao menos nos conhecemos. Quem somos? Somos quem se levanta todas as manhãs para levar o corpo de um lado para o outro, rindo, chorando, comendo e dormindo? Somos quem diz que sente, que sofre, que se emociona? Quem somos? Essa resposta não a encontrei em nenhum lugar até hoje. Ainda assim, tento ser aquilo que entendo como ser eu mesma. 

Viver no mundo material sem ser do mundo material. O que isso quer dizer? Estamos o tempo todo nos identificando com os outros, com as coisas, situações de tal forma que nos confundimos com tudo isso e nos perdemos de nós mesmos; não sabemos a nossa identidade. Como viver nesse mundo sem ser afetado por ele? É possível?

Existiu nesse mundo uma pessoa admirável que buscou essas respostas até o dia de sua morte. E hoje faz uma década desde que ele se foi: George Harrison, meu beatle favorito...

Recentemente, Martin Scorsese lançou o maravilhoso documentário - intitulado George Harrison: Living in a material world - sobre a vida do músico que mais admiro na vida. Não há, efetivamente, nenhum dado novo desconhecido dos fãs mais acalorados, mas é impossível não se emocionar com os depoimentos de amigos e familiares do artista completo - em vários sentidos. 

De todas suas qualidades, George tinha uma que mais admiro: ele foi um amigo de todos. Era uma pessoa alegre, cordata, sensível e, como todos sabem, espiritual. Desenvolver amizade divina foi algo que ele sempre buscou e todos os registros sobre sua vida apontam para a conclusão de que ele conseguiu...

O documentário, que tornou-se um cobiçado box para fãs (disponível, até onde sei, apenas no Reino Unido, por enquanto), traz algumas coisinhas "inéditas". Uma delas, é a canção Let it Be Me.







Segundo o blog Baú do Edu, Let It Be Me foi uma canção popular francesa de 1955. Je t'appartiens, seu título original, foi registrada pela primeira vez por Gilbert Bécaud, composta em francês por Pierre Delanoë. Sua versão em inglês foi feita por Mann Curtis, em 1957, e gravada por Jill Corey. Depois, apareceu outra versão, de Jimmy Carrol, que foi lançada como single e moderadamente bem sucedida. A versão mais popular de "Let It Be Me" foi lançada em 1960 pela banda The Everly Brothers, chegando à  7 ª posição na Billboard. Os arranjos e harmonias desta versão foram muitas vezes imitados e regravados em centenas de remakers posteriores. Já foi gravada por Betty Everett e Jerry Butler, Nancy Sinatra, The Sweet Inspirations, Glen Campbell and Bobbie Gentry, The 5th Dimension, Bob Dylan, Jay and the Americans, Elvis Presley, Roberta Flack, Nina Simone, Willie Nelson, Rod Stewart, Neil Diamond e também meu amado George Harrison, numa versão acústica que nunca chegara a ser lançada oficialmente, embora já tenha aparecido em Bootlegs. 

A singela canção (que traduzo livremente), diz da condição mais importante para se estabelecer um relacionamento divino, baseado em amor: respeitar o direito que o outro tem de ser ele mesmo. Se ser a gente mesmo é a coisa mais difícil do mundo, deixar que o outro seja é mais difícil ainda...

Let It Be Me

I bless the day I found you
(eu bendigo o dia em que te encontrei)
I want to stay around you
(quero estar perto de ti)
And so I beg you
(por isso te imploro)
Let it be me
(deixa que eu seja eu mesmo)

Don't take this heaven from one
(Não tires esse direito de ninguém)
If you must cling to someone
(se pretendes ter alguém contigo)
Now and forever
(agora e para sempre)
Let it be me
(deixa que eu seja eu mesmo)

Each time we meet love
(Sempre que nos encontramos, amor)
I find complete love
(encontro em ti amor completo)
Without your sweet love
(sem seu doce amor)
Tell me, what would life be?
(diga-me, como a vida seria?)

So never leave me lonely
(então, nunca me deixes sozinho)
Tell me you love me only
(digas que amas apenas a mim)
And that you'll always
(e que vai sempre)
Let it be me
(deixar que eu seja eu mesmo)






segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Friendship Protocol


Ontem fui ao cinema e vi o trailer do filme Missão Impossível: Protocolo Fantasma. Exagero só. Entretenimento puro. Pois é... Acho que tenho levado a vida, as coisas e as pessoas a sério demais e, por isso, tudo parece estar desabando e me sinto frustrada, revoltada, cheia de desgosto e má vontade. Ficar assim não combina comigo e acho que encontrei uma forma de externar o que penso.

Nunca curti essa coisa de regras de etiqueta, mas o que seria do mundo se não houvesse regras? Regras de conduta no mundo em que vivemos é no mínimo essencial. Até os bichos, plantas e tudo quanto existe no mundo funciona num sistema complexo de regras depreensíveis. 

Meus amigos - ou pelo menos quem se autointitula ou foi condecorado com a "honraria" - me conhecem e sabem que meu conceito de amizade é regido pelos mais elevados princípios da lealdade e da sinceridade. Assim,  para fins didáticos (e divertidos, porque eu brinco com coisa séria), criei esse friendship protocol para elucidar os aventureiros que quiserem receber esse título.

1) Se você não puder dizer qualquer coisa - absolutamente qualquer coisa - para a pessoa, não a chame de amigo. Amigo você manda ir se f*der, ir pra p*ta que pariu e ficar tudo bem em 5 minutos. Isso inclui a verdade: seu cabelo tá um horror, cê tá com um bafo, você peida fedendo, ninguém aguenta o cheiro da sua merda, etc... 

2) Você faz distinção entre amizade virtual e amizade "normal"? Aliás, se você acha que amizade é cutucar no Facebook, dar uns retweets no Twitter de vez enquando, colega, reveja seus conceitos. Amigo de verdade faz tudo isso... e telefona, vai na sua casa, te convida pra sair. Geração y que conhece o cônjuge no Facebook vai gerar um monte de Facebooksons mas nenhum amigo de verdade.

3) Aceite que ninguém é perfeito. Se seu amigo tem defeitinhos condenáveis pela sociedade - é gordo, fala muito, não tem semancol - aceite ele assim. Não espere que ele vire as costas e ria dessas coisas com outro (pseudo)amigo que vocês têm em comum. Quebrar essa regra do protocolo é tão imperdoável quanto um crucio.

4) Não concorde com tudo que seu amigo faz ou fala. Amigo de verdade quebra o pau se for preciso para não deixar o outro entrar em roubada, fazer coisa errada ou agir errado com os outros. Fale sempre a verdade e se seu amigo não for capaz de aceitar, sejam apenas coleguinhas. Amizade é outra coisa...

5) NUNCA, JAMAIS EM TEMPO ALGUM misture amizade com dinheiro, negócios e... LIVROS! Onde existe interesses financeiros e/ou materiais sempre haverá um que se sentirá lesado por algum motivo. Mesmo porque, amizade não é um negócio no sentido estrito do termo! Se seu amigo precisar de dinheiro ou de um livro emprestado, qualquer coisa que te pertença, não empreste: DÊ. Assim você não fica puto se não receber de volta e se receber vai ficar mega feliz. Pedir não ofende e dizer não ou sim é bem simples. Se são amigos, dá para deixar bem clara essa regra para não acabar com amizade no final. Quebrar essa equivale a um avada kedavra! Sério!

6) Não trate de querido ou de amigo no virtual quem você não teria coragem de por dentro da sua casa. Sem mais.

7) Regra de ouro: pisou na bola? Seja humilde e peça desculpas. Se foi o outro que pisou com você seja franco e fala o que foi que te chateou. Engolir mágoa e amizade não combinam. Dali a pouco um está amaldiçoando o outro pelas costas. Isso pra mim não é amizade. É qualquer outra coisa.

8) Seja leal. Ser leal é defender seu amigo quando ele precisar. Se alguém falar mal dele, defenda! Se o ofenderem, se sinta ofendido. Não iluda JAMAIS seu amigo com falsas promessas. Se ele é brega e te chama para ir numa balada trash, fala que não curte! Ou então seja capaz de fazer esse sacrifício em nome da amizade - sem jogar na cara quando estiver com raiva, LÓGICO!

9) Se o seu amigo for capaz de te dar um olho grego de presente e vestir uma camisa escrito inveja 100% free, beleza. Inveja não combina com amizade DEFINITIVAMENTE! Admito ter MUITO preconceito de gente invejosa!

10) Última e mais importante regra: Preste atenção nos pequenos detalhes. É tão gostoso quando um amigão está longe e você vê algo que ele gosta muito e lembra dele com carinho. É muito bom saber ser sensível e oferecer um ombro amigo e apoio se você sente que seu amigo precisa da sua amizade. Procurar só quando VOCÊ está mal, precisa de um apoio moral ou favor te transforma num monstro egoísta e interesseiro. Também não curto esse "tipo de amigo". Todo mundo já ouviu falar que amizade não se compra. Mas há muitas "amizades" que têm seu preço... Fique esperto! Amizade mesmo é que nem Matercard: PRICELESS.

Às vezes eu penso que é uma missão impossível encontrar um amigo de verdade nesse mundo em que vivemos cheio de jogos de interesses, egoísmo e futilidade. Eu acredito, sinceramente, que o primeiro passo para encontrar amizade perfeita nos outros é oferecer amizade perfeita. Por isso, renovo aqui meus votos de continuar acreditando nessa possibilidade. Aos que aceitam os termos do protocolo, parabéns! O título é seu... PARA SEMPRE.



sábado, 20 de agosto de 2011

Amores Perfeitos

Foto: Cris Masson

Para Fabiana Abud 

Sempre gostei de Amores Perfeitos. São tão coloridas e delicadas... Já tive muita vontade de cultivá-las, mas é uma das flores mais sensíveis que já conheci. Elas gostam de climas frios. Comecei a pensar neles - os amores perfeitos - ao ver um vaso repleto dessas florzinhas coloridas num vaso em plena Faria Lima. 

Quem não quer um amor perfeito? Todos querem. Mas quantos são aqueles que oferecem a todos um amor perfeito? 

Amores Perfeitos são fecundos em solo solto e rico em substratos orgânicos. Nessas condições, exigem poucos cuidados, mas são sensíveis ao excesso de calor. Tendo completado seu ciclo, rapidamente fenecem. Sua tricoloridade nos remete à tríade divina -  Pai, Filho e Espírito Santo - e o mito grego que conta a história de seu surgimento no mundo inspirou a famosa peça Shakespeariana "Sonhos de Uma Noite de Verão". Seu simbolismo denota que a perfeição do amor consiste num delicado equilíbrio do sentimento, a razão e o pensamento (seu nome em francês é pensée e em inglês pensy, que significa pensamento). Aquilo que o poeta diz ser eterno enquanto dura é o fogo fátuo da paixão que só se apaga ao contato com o amaríssimo fel da desilusão. Amores Perfeitos não nos abrasam ou ferem: antes, nos enlevam e nos transformam em pessoas melhores.  

Deixe-me transcrever algumas considerações sobre o Amor nas palavras de Paramahansa Yogananda: 

"Busquei o amor em muitas vidas. Para saber o que é o amor, derramei as lágrimas mais amargas de separação e arrependimento. Sacrifiquei tudo, todo o apego e toda a ilusão, para compreender, afinal, que estou apaixonado pelo AMOR apenas...

Muitas almas se perguntam, numa atitude triste e desamparada, por que o amor foge de um coração para o outro. ...

[Mas] o Senhor sempre vos sussurra em silêncio:

"Eu sou o AMOR. Porém, a fim de [que vós] experimenteis o ato de amar e a dádiva do amor, dividi-Me em três: o amor, o amante e o amado..."

Como pai, bebo o amor reverente do manancial do coração de meu filho. Em forma de mãe, bebo o néctar do amor incondicional do cálice da alma de meu bebezinho. Na criança, absorvo o amor protetor da razão justa do pai. Como infante, bebo o amor imotivado no santo graal da materna atração. Patrão, bebo o amor cheio de consideração que vem do frasco da amabilidade do servidor. Como servidor, sorvo o amor respeitoso no copo do apreço do patrão... Na forma de amigo, bebo dos mananciais borbulhantes do amor espontâneo.

Estou apaixonado somente pelo AMOR, mas me permito ser iludido quando, como pai e mãe, apenas penso no filho e me compadeço dele; quando, como amante, só me preocupo com a pessoa amada; quando, como servidor, vivo apenas para o patrão.

[Mas o Senhor sempre nos sussurra em silêncio]:

"É por essa razão que transfiro o pai para o mundo astral, quando ele se esquece que é o Meu AMOR, não o seu, que protege o filho. Arranco o bebê do seio da mãe, para que ela possa aprender que era o Meu AMOR que ela adorava nele. Arrebato o bem-amado daquela que o ama e que imagina ser ela a quem ele ama, em vez de ao Meu AMOR, que responde nela..."

Os seres humanos importunam-se mutuamente: "Ama apenas a mim". Por isso, torno frios seus lábios e os cerro para sempre, para que não mais pronunciem essa inverdade. Visto que são todos Meus filhos, quero que aprendam a falar a verdade suprema: "Ama o AMOR Uno em todos nós". Dizerdes a outra pessoa: "Eu te amo", é falso até que compreendais a verdade: "Deus como amor em mim está apaixonado pelo amor que Ele tem em ti".

A Lua se ri de milhões de amantes bem intencionados que, sem saber, mentiram aos seus entes queridos: "Eu te amarei para sempre". Suas caveiras estão disseminadas pelas areias da eternidade, varridas ao vento. Eles já não mais podem usar o alento para dizer: "Eu te amo". Não podem recordar nem cumprir sua promessa de se amarem para sempre...

Aqueles que Me amam na forma de uma única pessoa, ou que Me amam imperfeitamente em alguma pessoa, não sabem o que é o AMOR. Somente conhecem o AMOR, aqueles que Me amam com sabedoria... - aqueles que Me amam, perfeita e igualmente, em todas as pessoas, e que Me amam, perfeita e igualmente, como todas as pessoas".

domingo, 14 de agosto de 2011

Muitos Tons - Feliz Dia dos Pais


Para a Família Veiga

Hoje o dia amanheceu cinza. Meu coração também está em tons acizentados. Acho que o meu pai coloriu o céu da minha vida por muitos anos e agora estou sentindo falta... Ao contrário de hoje, ontem foi um dia azul. Em tons muito claros, cheios de luzes maravilhosas. Luzes do carinho, da amizade, da fraternidade e do amor da família.

Quem me lê sabe bem que estou numa ilha cercada de arranha-céus e carros por todos os lados, exilada e orfã da minha família. Entretanto, nesse fim de semana acho que encontrei uma grande família: a família Veiga. O Veiga Júnior, semente forte de sua raiz, entra nas casas da gente todos os dias, mas nem por isso somos capazes de imaginar que esse que, em tons de verde-amarelo, faz a gente rir, é uma pessoa tão séria e amorosa com os seus. Em seus próprios tons, recebe com hospitalidade e gentileza aqueles a quem abre as portas de sua casa. Nunca imaginei que um dia esse encontro pudesse acontecer. Será que um dia desejei? Acho que sim. E começo a ter medo do que desejo porque acaba acontecendo. 

O Veiga pai é saudoso. O Veiga filho, hoje pai, é carinhoso e amado por seus dois casais de adoráveis e amáveis crianças. Sua esposa, sempre a seu lado, é gentil e forte. E tive a oportunidade de conhecer uma família feliz, tão feliz, que ofende a propaganda de margarina.

O sentimento mais torpe do mundo é a inveja porque ela faz com que percamos a maravilhosa e singular alegria de nos sentirmos genuinamente felizes com a felicidade dos outros. A família Veiga reunida me lembrou dos tempos em que a família Oliveira se reunia nessas ocasiões especiais como a de hoje. Papai era o primeiro e mais empenhado em manter avós, netos, filhos, sobrinhos, primos, cunhados, sogros, todos, sem falta, reunidos comendo e festejando, exatamente como fizeram ontem e eu estava lá... Vendo e brincando com os pequenos brotos da família Veiga, senti a mesma sensação de quando meu pai promovia esses encontros felizes. E foi muito bom.

Tom é uma palavra de múltiplos sentidos. Vem do grego tónos que significa o que faz esticar ou o que pode ser esticado. Pode ser aquela diferença que notamos entre um som e outro; às vezes, semelhança, visos... Mas o tom que vi nesse fim de semana era um tom que só quem conhece aprende amar e respeitar de verdade. Dar o tom significa dar exemplo. E esse é o tom do pai que eu vi, o pai que eu tenho saudade de ter comigo, nem que fosse só por mais uma vez...

Penso que Deus levou meu pai para junto Dele para ajudá-lo a por no céu os tons, as nuances e cores que nos encantam cada vez que vemos o sol se pôr. Sua ausência me faz entender que nada pode substituir o seu amor, mas só por causa dela consigo ver o meu pai em todos os pais, em todas as mães que também são pais, nos amigos que são como pais. 

Estou hoje com a família Costa que me convidou e me recebe sempre com carinho. Sinto-me parte dela. E assim, o tom da amizade colore esse dia; com cores muito vivas, em tons e vibrações de alegria que me emocionam e me tornam uma pessoa mais humana, mais sensível e una com todos.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Amar é divertido - Pucca Funny Love




Tou passando agosto esperando setembro, parafraseando Zeca Baleiro. O último agosto foi cruel e doloroso para mim. Esse está sendo frio e muito chato. Hoje, de repente, tive vontade de morrer, de não existir, de sumir! Me sinto deprimida, carente e estúpida. Assim, busco uns refúgios em mim mesma e em alguma distração salutar.

Nessas fugas, passei pelo Shopping Market Place para respirar um ar, comer algo diferente e me deparei com duas simpáticas moças num quiosque fofo todo dedicado a ninguém mais ninguém menos que a Pucca. Essa bonequinha fofa está dominando o mundo e tomando o lugar da Hello Kitty... Tou enganada? O quiosque Pucca Style, que fica próximo à Praça de Alimentação do Shopping só tem produtos licenciados e é a primeira do gênero na América Latina. Tem de tudo: desde borrachas, canetas, roupas, band-aid e muitas, muitas pelúcias da personagem mais cute dos últimos tempos. A inauguração ocorreu em maio desse ano e foi comentada no site I Love Pucca. Totalmente impossível sair de lá sem comprar alguma coisa!

O Pucca Style também está trazendo para o Brasil os mais novos personagens da empresa: os Canimals. Do inglês can, que significa lata, eles são os animaizinhos em lata! Cada um mais fofo que o outro, traduzem o que há de mais moderno em desenho animado porque reúne cenários reais com a animação computadorizada. Tem gatinho, cachorrinho, coelhinho, corujinha... Quero todos! #comofas?


Além dessa grande novidade, tenho uma notícia bombástica: a Pucca Style vai inaugurar sua primeira loja de produtos licenciados Vooz no Brasil no Shopping Iguatemi! Vai ser no próximo sábado, dia 13 de agosto, a partir das 10 horas. Se você deseja conhecer a Pucca em pessoa, não deixe de passar lá para conferir! Ela vai estar na loja dando beijinhos e tirando fotos com todos seus fãs! Todas vai? Imperdível!

Não dá pra ficar triste com a fofura dessa bonequinha... Meu dia ficou mais feliz por causa dela ontem, com direito a foto e tudo mais! Amar assim não é super divertido?


[edit]ATENÇÃO: na próxima terça, dia 23 de agosto tem festinha pela inauguração da loja com a presença da Pucca! [/edit]

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A Estrela




Eu tive uma infância feliz. Brincava de pique-esconde com as crianças da rua de noite sem medo de sequestro, atropelamento e outros fantasmas que povoam o imaginário das mães do século XXI. Uma das coisas que fazia que hoje não se faz: contar estrelas. Contava as estrelas do céu na calçada. Diziam que a gente não podia apontar que nascia uma verruga e eu acreditava! Minha coleguinha e eu ficávamos disputando quem contava mais. Sabe como? Nós deitávamos na calçada e observávamos uma a uma surgindo no céu... 

Uma vez, quando fui trabalhar numa livraria esotérica, uma quiromante leu minha mão e disse que fui uma bruxa muito poderosa. Na mesma época, um místico - no melhor estilo Herculano Quintanilha - me disse a mesma coisa e ainda detalhou sobre esse tal poder e que precisava desenvolver para trazê-lo de volta para essa vida. Nunca dei muita bola para esse meu passado místico, mas não posso ignorar que coisas estranhas acontecem na minha vida que parecem mágica. Desde aquela época, aprendi a me relacionar com o Tarot e encaro-o não como uma experiência esotérica, mas com forma de ouvir o meu coração falando nessa linguagem. 

Essa semana conheci uma pessoa que prefiro não dizer o nome. Esse encontro foi marcado de coincidências felizes. Assim que nos despedimos, senti uma alegria tão genuína! Parecia que nos conhecíamos desde sempre. Tenho esse dom de me encantar pelas que me convidam a entrar em suas vidas com extrema facilidade... Não consigo me lembrar de muitos dias em que tenha me sentido realmente feliz em morar em São Paulo como naquela tarde tão agradável em que nos (re)encontramos. Essa manhã, tive a intuição de abrir meu Tarô Encantado e perguntar quem é essa pessoa a quem devo deixar aberta a porta do meu coração. Um misto de surpresa e certeza me assomaram quando dentre todas as cartas, entre arcanos maiores e maiores, saiu a Estrela...

 No Tarô Encantado, a Estrela é a carta mais bonita!
Tanto que escolheram-na  para ser capa da edição americana!

Segundo a Cacau, (ou @Morgye, a bruxa mais bruxa e do bem que já tive a oportunidade de conhecer nesse mundão virtual), do Via Tarot, a pessoa Estrela é tudo o que realmente percebi dessa pessoa: Bonita, sensível, sortuda e intuitiva. Minha amiga bruxíssima disse que ela ter aparecido significa que veio para trazer brilho, leveza e luz para minha vida. 

Por que estrelas são tão encantadoras? Porque mesmo estando tão longe - num mundo distante do nosso - nos ilumina com seu brilho. Me sinto de novo aquela criança descobrindo uma estrela nova no meu céu particular... Seja muito bem-vinda, minha Estrela!

domingo, 26 de junho de 2011

Winter is coming - Game of Thrones, a nova febre mundial


O inverno chegou para nós dos trópicos no último dia 21 sem muito alarde. Morando aqui em São Paulo, já passei por temperaturas mais baixas antes mesmo da estação mais fria do ano chegar... Fui a Minas no feriado e trouxe de lá todas minhas lãs, agulhas e agasalhos - um verdadeiro arsenal para me manter aquecida(embora tenha esquecido as meias...). Mas antes mesmo que o inverno aportasse em terras tropicais, uma série produzida pela HBO já anunciava que o inverno seria quente... Refiro-me à mais nova febre mundial intitulada Game of Thrones.

Game of Thrones (ou apenas GOT), série produzida pela HBO baseada na obra A Game of Thrones de George R. R. Martin, segue o filão do bom-mocismo maniqueísta - de um lado, heróis cheios de nobreza e escrúpulos e de outro, vilões sanguinários e loucos. Fãs de AD&D - os vulgos nerds do passado e atuais geeks - foram todos seduzidos pela trama envolvente de David Benioff e D. B. Weiss. Há alguns rostos bem familiares - reconheci vários, embora não soubesse exatamente os nomes dos atores e em quais outras séries ou filmes atuaram. Reconheci imediatamente Sir Eddard - o ator mais famoso da série inteira - como o amante de Lady Chatterley - série produzida pela BBC na década de 90 - e também, claro, o Boromir de Senhor dos Anéis. Reconheci até mesmo o Mr. Filch de Harry Potter como Lord Walder Frey. Salvo raras exceções, homens e mulheres dos 7 Reinos - nobres e plebeus - são todos muito lindos! O bandidão Lannister e a prostituta ruiva Ros são tão gatos que chega ser uma ofensa!

Super bem produzida, a série conta com elenco, figurino, efeitos especiais e cenários dignos de cinema. Há muito de medievalismo e pitadas de vários elementos que sempre povoaram o imaginário humano - magia e dragões, por exemplo - e principalmente a introdução de personagens históricos e lendas romanas: o rei louco que se assemelha a Nero, os lobos dos filhos da casa de Stark. É aquela coisa tão peculiar ao ser humano a de recriar, reinventar o que já foi criado ou inventado, uma fórmula tão antiga que dá e sempre dará certo.

A primeira temporada conta com 10 capítulos com cerca de 1 hora cada. É tão eletrizante que fiquei um dia inteiro assistindo e já estou sentindo falta... Recomendo a série para aquecer seu inverno! ;)

sábado, 11 de junho de 2011

Quer namorar comigo? - Especial Dia dos Namorados com a Turma da Mônica Jovem

Todos os anos, desde a fundação do blog, venho fazendo posts especiais em homenagem ao dia "mais romântico do ano". É bem verdade que o 12 de junho tá tão associado ao comércio que pouca ou nenhuma graça tem para aqueles que  não têm grana para presentear seu par - não como gostariam... Eu mesma tenho uma lista tão especial de presentes que gostaria de dar para ele hoje. O melhor seria estar ao seu lado amanhã. Todavia, pela primeira vez em mais de uma década de relacionamento não passaremos esse dia juntos. Para mim, o dia 12 deste mês não é apenas uma data comercial. Ela diz respeito à nossa história, a tudo que aquele momento anos atrás significou para mim. Assim, esse ano pretendia "ignorar" essa data e não publicar nada. Só que essa semana, aconteceu uma coisa super legal e eu decidi mudar de ideia. E esse post é dedicado a ele, que é o meu eterno par.

Tudo começou na última terça. Soube no fim de semana passado, através do Twitter, que o Maurício de Sousa iria autografar alguns exemplares da última edição da revista Turma da Mônica Jovem na Banca Senzala da Praça Pan Americana em Pinheiros. Sem pensar duas vezes, fui correndo até lá mesmo sem saber qual era o conteúdo da referida edição. Qual não foi minha surpresa ao deparar-me com o título "Quer namorar comigo" e na capa um beijo apaixonado da Mônica e o Cebola (agora o Cebolinha é só Cebola)! O Mauricio - nosso ídolo desde a infância, porque tanto eu quanto o Cláudio fomos praticamente alfabetizados lendo os gibis da turminha - foi extremamente amável e gentil ao me receber com abraço, autógrafo e foto!


No caminho de volta pra casa, viajei nas páginas da revista e pensei... Por que não indicar aos meus leitores essa edição como presente do Dia dos Namorados? É perfeito! Faça algo com suas próprias mãos - ideias originais é o que não faltam por aí! Já fiz uma vez uma Bula do Amor (tipo bula de remédio, sabe?) e gravei fita com as melhores músicas. Quem não daria valor a algo de tanto valor feito de coração? - e num embrulho bem bonito, dê junto essa edição mais que especial da Turma da Mônica Jovem!

Pra finalizar, dedico aos apaixonados uma música que não entrou no top top das músicas mais românticas ever que fiz em 2009: You & Me, do Alice Cooper. Esse roqueiro esquisito fez uma das baladas mais românticas ever! Desejo a todos os apaixonados um dia de muita alegria e amor. Aos que estão pertinho e aos que estão longe também! 





sábado, 9 de abril de 2011

Projeto Diário de Classe

"De cada lado da sala de aula, pelas janelas altas, o azul convida os meninos, as nuvens desenrolam-se, lentas, como quem vai inventando preguiçosamente uma história sem fim...
Sem fim é a aula: e nada acontece, nada...
Bocejos e moscas.
Se ao menos, pensa Lili, se ao menos um avião entrasse por uma janela e saísse pela outra!"
Mario Quintana

Quase um mês se passou desde minha última postagem. Meu dia já se passou e nem tive como registrar o momento que se repete diferentemente a cada ano. Motivo? Trabalho. Muito e árduo trabalho. Cansada? Muito! Abatida? Um pouco. Mas como todo bom guerreiro, feroz e pronta para enfrentar qualquer desafio. Estou à voltas com vários problemas "pedagógicos" no meu novo local de trabalho. Novo em todos os sentidos. Outro dia me peguei pensando como foi que eu pude deixar TUDO para trás para enfrentar ISSO? Só amando muito mesmo ensinar. E eu amo, gente. Não duvidem nunca de um professor apaixonado. Como todo apaixonado que se preze, sempre estou sofrendo pelo objeto do meu amor: meus alunos que resistem de todas as formas às minhas aulas. Tédio, bagunça, indisciplina... Tudo de ruim que pode acontecer numa sala de aula tem acontecido em algumas de minhas turmas. Tenho me esforçado tanto para encontrar estratégias didáticas para reverter a situação, mas o placar está de mil a zero contra mim. E nesse jogo, gente, ninguém tem saído ganhando. 

Por demais pensar em tudo isso e no projeto que deixei em stand-by, pensei em criar um perfil no Twitter associado a um blog que eu chamaria de "Diário de Classe". Estou sentindo a necessidade de registrar algumas coisas da minha prática que acho que podem ser úteis a quem aprecia e se preocupa com Educação como um processo transformador do ser humano sem que esse seja um registro subjetivo. A ideia é tornar minhas experiências públicas de maneira mais universalizada porque acredito que minhas angústias como professora são as mesmas de muitos outros espalhados pelo mundo a fora... Como - infelizmente - o username Diário de Classe já foi utilizado, porém consegui registrar como @Diario_Escolar. Ainda não sei se vou ter como levar adiante esse projeto e se ele dará certo. Espero que meus visitantes daqui possam apoiá-lo e apontar seus comentários, críticas e sugestões sobre esse tema tão urgente.

domingo, 13 de março de 2011

Saga de uma tiete gourmet - Conhecendo Marisa Ono e o famoso Alho Negro



Tudo começou anos atrás quando conheci o Delícia, blog da Marisa Ono, através do Daniel Figueiredo, do Panela de Cobre. Antes mesmo que ela fosse reconhecida e renomada pela iguaria mais apreciada da atualidade pelos maiores chefs de todo Brasil, já acompanhava os posts com receitas caseiras, com pitadas de bom humor e simplicidade - que, curiosamente, é o que torna o blog bastante especial e com um magnífico toque de requinte.

Desde que li lá sobre o alho negro que tenho uma vontade imensa de experimentar. Depois que começaram então a pipocar matérias sobre o item, a inquietude tomou conta de mim. Ainda quando morava em BH, já havia cogitado encomendar via correios junto com a Gabi Mallaco, do Merengue, mas ficamos só na vontade. Sempre fui meio tiete da Marisa e lembro bem de quando ela começou a tuitar. Falei com ela algumas vezes sem nenhum reply e fiquei um pouco desapontada, confesso.

Um dia, porém, quando acabara de me mudar para São Paulo e finalmente fui conhecer a famosa Casa Santa Luzia, eis que me deparo com minha 'ídola'. Tive o ímpeto de perguntar-lhe imediatamente se era ela mesmo e se eu poderia conseguir com ela uma pequena porção do item mágico! Recolhi-me a minha insignificância - mais por medo de assustá-la com tietagem, já que em tempos de redes sociais, uma abordagem dessas nos faz sentir assustados, como se fôssemos uma espécie de pop star. Então, comentei na minha timeline que a vi e que fiquei com receio de me aproximar. Não é que então a Ono-San me convidou a encontrá-la um dia desses na Liberdade? Não me fiz de rogada e topei no ato! 

No fim de semana que antecedeu o carnaval, D. Marisa e sua famosíssima D. M (sua mãe) estavam lá fazendo compras e lá eu a acompanhá-las. Marisa é comunicativa e interessadíssima em tudo que se trata de comida. Falou-me do tempo que morou no Japão e de tantas outras coisas que eu não poderia reproduzir sem tornar o post enorme e talvez um pouco enfadonho. De brinde, acabei conhecendo duas amigas dela que também são ases na cozinha: a Bia Macineli (do Manjar Beatriz) - que acabou me apresentando o Sr. Adegão (Adega de Sakê - o lugar japa mais mafioso da Rua Galvão Bueno! huahuahua...) e os deliciosos combinados - memorável dia em que experimentei Unagi (enguia) e a Márcia - do Márcia Eventos. Por fim, a dona do Delícia trouxe-me um pacotinho com o famoso alho negro que eu ansiara por tanto tempo! Fiquei estudando durante dias e perdi horas pesquisando sobre o que fazer com os danadinhos tão incensados pela crítica gastronômica. "Algo simples para valorizá-lo", sugeriu-me a Bia... Então, por fim decidi fazer pela primeira vez na vida um guacamole com esse ingrediente especial. O resultado, no Minestrone de Couve.


P.S: fã que é fã tira foto com o ídolo... mas seria MUITA tietagem! então, não fiz foto com ela! hehehehe...

domingo, 6 de março de 2011

O meu mundo e o mundo dos outros


O mundo é um  lugar hostil. Em todos esses anos, desde que cheguei a ele, ainda não pude descobrir por que razão temos que viver nele. Diversos livros de um sem número de sábios tentam explicar tal mistério...

Mesmo cheio de delícias e momentos de indescritível alegria, ainda assim, a vida parece tão inútil quando nos sentimos sós, não é? Quando essa sensação nos invade, somos capazes de refletir sobre a solidão e a necessidade do outro para nos sentirmos (temporariamente) bem. Por que precisamos de carinho, proteção e do tal amor? Não sei... Será que um dia vou saber?

Ingenuamente, tenho acreditado que o mundo é o mesmo para todos - ricos e pobres, brancos e negros, doentes e sãos. Entretanto, nesse mesmo tempo, nesse mesmo espaço, as pessoas vivem num mundo particular cheio de regras que incluem e excluem. 

Meu mundo é vasto; contudo, pequeno. Embora eu esteja sempre convidando, poucos se atrevem a entrar e os poucos que entram conseguem ficar. Acho que aos poucos meu mundo vai se tornar um reino sem súditos. Porque hoje eu entendo melhor que há mundos que não se misturam.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Nunca quis ser Sidney Poitier


Quando é que uma pessoa decide o que ela qur ser pelo resto da ida? Quem de nós não se lembra de ter respondido à tia do jardim de infância, sem pensar duas vezes, bombeiro, policial ou professor? Todo mundo quer ser alguma coisa. Mas quando há quem queira simplesmente ser, esse vai encontrar sérios problemas na vida social adulta. 

Todo mundo tem que ser alguma coisa para manter o mundo funcionando. Mas quem é que se torna alguma coisa movido única e exclusivamente pelo Ser? 

Estou pensando no porque de ter desejado um dia me tornar professora. Educação é uma palavra tão desgastada quanto a palavra amor. Aliás, não deveria o ato de educar ser um impulso amoroso? E quem é que ama exercer um pseudo-educar?

Do filme do Poitier, lembro da canção que comoveu gerações. Muito pouco da história me lembro. Todavia, acredito estar passando, nesse momento da minha carreira, por algo bem próximo disso. Quem é que tenha brincado na infância de lousa e giz de cera na mão, imaginaria enfrentar tantas dificuldades e barreiras? Ninguém...

O filme tem um final feliz, acho. Não me lembro bem. Só sei que o mestre será lembrado e seu dever foi cumprido - para com seus alunos e para com sua consciência. O meu filme? Bem, esse está apenas começando...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

The year of the cat

Al Stewart tem uma música dos anos 70 (salvo engano) com esse nome. A letra propriamente não tem nada a ver com o significado do ano do gato na astrologia chinesa. Aliás, o gato e o coelho representam o mesmo signo no horóscopo chinês. Há quase 36 anos atrás, nasci num ano do gato da madeira. Esse ano é do gato de metal. Calha de ser um ano para mim cheio de expectativas com relação à prosperidade material. Minha carreira está definitivamente começando e o ano do gato parece vir favorecer não somente esse aspecto, mas também na criatividade que eu acredito ser essencial para o desenvolvimento do meu trabalho.

Todos esperamos estar seguros. Buscamos segurança na rotina, em planejamento e projeções futuras. Mas nada, nem mesmo os astros, podem nos dizer com absoluta certeza o que nos espera no minuto seguinte. Nesse novo ano, começo uma nova etapa da minha vida. Em uma nova cidade, num novo estado, numa nova casa... Novos (velhos) amigos. Há uma semana cheguei de "mala e cuia" a São Paulo e posso dizer que tive uma CALOROSA recepção! Só agora pude realmente me dar um descanso, porque agora sim sou oficialmente uma funcionária pública da secretaria de educação do estado de São Paulo. Essa cidade imensa, essa gente toda... Tudo ainda me impressiona, me assusta e me instiga. Sinto-me estimulada a agir e desbravar um novo caminho. Talvez esse seja um momento solitário da minha vida. Entretanto, não quero lamentar por isso. Quero ser forte e seguir em frente nesse novo e belo horizonte paulistano que vislumbro. 

Como o ano novo chinês começa amanhã, mais precisamente às 12:30, é hora de colher o que plantei no ano do tigre... Tudo promete um ano mais ameno, menos cheio de sobressaltos. Seja muito bem-vindo, ano de 4709!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Stuck in a moment

Passados 12 dias de 2011, esse ano que parece já tão antigo, mantem as antigas angústias e preocupações... Ainda não passei pela sensação de "ano novo, vida nova", apesar de que - muito mais que em anos anteriores - minha vida está prestes a mudar radicalmente em breve. Inseguranças e medos sobrepõem-se ao otimismo e à esperança característicos do meu caráter. 

Quase todos os dias acontece de acordar com vontade de ouvir um determinada canção. E, surpreendentemente, muitas vezes vou prestar atenção na letra da música e ela calha com o que estou passando. Stuck in a moment, do U2, traduz perfeitamente um insight que acabo de ter: não dá pra ficar parado num momento. Por melhor - ou pior - que ele tenha sido, passará e pertencerá ao passado. Olhar para trás? Sim, por que não? Mas ficar lamentando ou suspirando por um passado que não vai voltar nos impede de prosseguir. A letra fala justamente disso: da capacidade que todo ser humano tem de atravessar qualquer momento da vida sem ficar preso nele... FELIZ 2011!