sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Não faz parte do meu Xou



Não sei como ainda me impressiono com a capacidade absurda que o ser humano tem de desrespeitar seu semelhante. Ainda que o semelhante em questão não se ache tão semelhante assim, ninguém tem o direito de ofender e humilhar uma pessoa publicamente - NINGUÉM.

Disse, por ocasião do "barraco" formado pelos polêmicos tweets de Xuxa e Sasha, que o Twitter está se tornando um gueto de pessoas absurdamente insuportáveis. O motivo - erros gramaticais. Simples erros de ortografia, de digitação, nada que merecesse tanto estardalhaço. Mas as pessoas não perdem uma ocasião para destilar o veneno da humilhação, do desprezo e do desrespeito.

A Internet e as redes sociais são, hoje em dia, mais do que instrumentos de comunicação. São, sobretudo, uma nova (e creio eu definitiva) forma de estabelecimento de relações humanas. Daqui há alguns anos, ninguém mais achará tão extraordinário que namoros virtuais acabem em casamento. O que me espanta é ver como a maldade toma proporções astronômicas quando atinge esses espaços - e ela sempre parte de pessoas covardes, pois sabem que a pessoa a quem estão desrespeitando e ofendendo não poderá fazer muita coisa contra porque, afinal, Internet é terra de ninguém - pode-se falar o que quiser, não impora que fira, que machuque, que faça mal. Desde que as pessoas riam e voltem seus olhares para os atiradores dos dardos venenosos, sem se importarem com o alvo, vale tudo! Uma fofoca, uma palavra "maldita", espalham dor, angústia e sofrimento. Não poderia, do mesmo modo, uma palavra "bendita", um pensamento elucidativo, espalharem alegria, amor e amizade? Eu procuro e quero somente essa última opção.

domingo, 16 de agosto de 2009

Variações sobre o tema

Faz tempo que estou pensando em criar essa coluna no blog. Na verdade, meu blog passou por muitas fases: uma release de músicos indie, mimimi de vida pessoal, filosofia de ponto de ônibus... Mas eu espero que você entenda que é assim que eu sou: uma mulher de fases (foi sem querer fazer alusão à música dos Raimundos - foi inevitável!). E sou desorganizada também. Mas pretendo - juro que não vai ser apenas pretenção, vai se tornar realidade - criar um domínio bem organizado, um canto para você vir não só filosofar, saber de músicas, filmes e livros, mas outras coisas também. Dentre elas, apreciar (ou não) uma receita diferente! Sim, diferente. Não vou postar aqui receitas comuns. Sempre vão ser diferentes - mesmo que sejam triviais. Essa coluna vai se chamar "Variações sobre o tema". A ideia inicial é testar uma receita diferente - com ingrediente esquisito/raro - ou uma receita comum reformulada - aliás, toda receita que cai na minha mão nunca fica igual. Eu SEMPRE mudo alguma coisa. Às vezes dá muito certo, às vezes muito errado.

Hoje estreiam a coluna "Variações sobre o tema" as blogueiras fofas-amadas-idolatradas-salve-salve, Adriana Simizo (Kanten) e Ana Sinhana (AnaSinhana). A primeira é crafter pro de gêneros alimentícios - tudo que ela faz é de comer com os olhos primeiro de tão lindo! E a segunda é uma crafter maga dos tecidos - faz coisas lindíssimas! Quem sou eu para ter habilidade que elas têm! Eu as admiro e sigo pelo Twitter.

Então... Elas toparam testar a receita de bolo de chocolate com ingrediente esquisito: MAIONESE! A receita original faz parte de um dos livros de culinária da Hellmann's. Quando tinha promoções de juntar rótulo para receber, sempre participava. Tenho vários aqui da União também... Essa receita, na minha opinião, dá o melhor bolo de chocolate que eu já experimentei: uma massa úmida, por incrível que pareça, leve, fofinha. Eis o que a minha versão levou de diferente: uma colherinha de chá de cardamomo (depois que "descobri" essa especiaria, uso em tudo pra testar - já usei em pão e iogurte; hoje no bolo), açucar de baunilha e cacau em pó proporcionalmente medida com achocolatado Toddy sabor Suíço. E, obviamente, a Maionese Hellmann's. Fui testar também a minha forma de silicone jamais utilizada há mais de um ano esperando uma oportunidade...



Ih, deu problema: a forma era menor que a quantidade de massa. Resultado: derramou. Ainda bem que eu coloquei a forma de silicone dentro de um tabuleiro retangular, senão ia ser uma lambança só dentro do forno e minha mãe ia endoidar! Não sei se foi a forma ou se a temperatura do forno não estava adequada... O bolo não assou por igual. E levou mais tempo que o indicado na receita.

Depois do teste do garfo, tirei o bolo do forno, esperrei esfriar um bocado e desenformei. Não é que ele saiu inteiro sem muita dificuldade? Forma de silicone rocks a lot! O glacê da receita original é HORRÍVEL - muito doce, enjoativo... eca! Pretendi fazer uma receita antiga da minha mãe, mas não encontrei. Então, fiz uma mistura de creme de leite e chocolate meio amargo derretido em banho maria. Como não gosto de chocolate granulado, enfeitei com bolinhas de chocolate preto/branco. Não tá uma brastemp, mas acho q tá gostoso!



Teste agora você e venha me contar! ;)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Pequenos prazeres, grandes alegrias


Viver. Eis uma coisa que a gente faz "sem querer". A gente nasce, não tem escolha. Escolheram pra gente - nossos pais (nossa mãe, principalmente). Há as coisas que fazemos automaticamente - respirar, por exemplo. Outras que também fazem parte da manutenção da vida - como comer, andar, dormir - fazemos conscientemente.

Existe uma coisinha que faz com que tudo isso funcione e também com que a gente faça de tudo e mais um pouco pra manter tudo em ordem: prazer. Sim, prazer... A gente PRECISA de algo que dê graça à vida, que faça "valer a pena", que nos faça continuar. Alguns precisam de muito: (muito) dinheiro, viagens, festas, carros do ano, restaurantes caros, comidas requintadas, luxo, poder... Mas existe uma pequena parcela da humanidade que vive de quase nada (e para entender o que digo é necessário rever o nosso próprio conceito sobre o que é o "nada") - uma manhã de sol ou uma lua prateada; o silêncio profundo ou a melodia dos pássaros nos galhos das árvores; a companhia dos amigos (até mesmo de um cão ou um gato) ou a solitude serena...

Querer é nossa mola propulsora, devemos admitir. Mas é triste ser seu escravo. Eu quero. Desde que nasci, quero - isso, aquilo... Mas a cada dia que passa, eu busco querer menos. Ou antes, querer com qualidade. Querer não só o que me basta, mas querer o que é bom para mim e que não faça mal ao meu semelhante - Querer Bem!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Quem me ensinou a rezar?


Nas últimas semanas, eu tenho revivido minha vida... 10, 20, quase 30 anos atrás. A memória é mesmo uma coisa absolutamente fantástica. Como é possível apreender sensações, visões nítidas (às vezes nem tanto, apenas flashes) em forma de recordação? Um cheiro, uma carta, uma fotografia - trazem de volta o passado que quando é lembrança, está fora do tempo - se torna presente e projeta o futuro.

Eu me lembrei e tenho me lembrado de muitas coisas... Não riam de mim, mas lembrei de coisas que muita gente duvidaria. Da pessoa que eu fui há tanto tempo, das coisas que eu fiz e que me arrependo até hoje, das coisas que eu quero me perdoar e estou me perdoando...

Desde muito pequena, tinha fascinação pelas coisas espirituais - as coisas de Deus. Minha lembrança mais remota à esse respeito, me levam à imagem da minha bisa Ana. Ela rezava o terço feito de contas de sementes de Lágrima de Nossa Senhora. Ela balbuciava baixinho ajoelhada. Minha mãe era muito doente naquela época e quem cuidou muito de mim foi a minha tia-avó (Anita, em homenagem à mãe, minha bisavó Ana) e minha madrinha. Eu macaqueava, na santa ingenuidade dos meus 3 aninhos. Bisa, além de rezar sempre, duas vezes ao dia, gostava de ver o movimento da rua, os carros subindo a rua Santa Quitéria (no Bairro Padre Eustáquio) e eu ficava junto dela sempre. Mas não foi bisa que me ensinou a rezar - muito embora ela tenha me deixado (uma espécie de herança, pode-se dizer) seu terço de contas lágrima de Nossa Senhora para mim.

Tive a sorte de ter tido uma infância numa cidadezinha do interior. Rua plana, vizinhos todos amigos, criançada da mesma faixa etária... Há duas quadras da minha casa de paredes azul e rosa, ficava a igreja. Eu me levantava todos os domingos, me arrumava e ia à missa. Minha mãe tinha outra religião, que mais tarde acabei seguindo, mas eu era uma criança católica. Queria saber tudo da Bíblia, o que era Deus essa coisa de Adão e Eva e outras coisas que a gente aprende no catecismo. Eu tinha uns 6 anos. Lembro que minha mãe adoeceu e teve que vir se internar na capital... A vizinha, que era muito amiga da minha mãe e tinha filhos da nossa idade, era muito carinhosa e eu pedi a ela, por favor, para me ensinar a rezar o Pai Nosso e a Ave-Maria para minha mãe sarar. Eu aprendi muitas coisas assim. A maioria delas não aprendi com meus pais. Meus valores, inclusive, foram quase todos autoconstruídos. Filha única (não tenho irmãs, só irmãos - dois), eu fui e ainda sou muito solitária...

Rezar é muito bom. Não devia ser obrigação, mas antes de tudo um prazer. Não é uma coisa mecânica - tipo escovar os dentes, por exemplo. Devia ser uma necessidade... Quando como a gente tem fome e precisa comer. Rezar é alimento do espírito, da alma. E minha alma faminta me pede pra rezar - todas as noites, todos os dias...

Vou deixar pra vocês uma "reza" muito bonita que eu aprendi hoje:

"Amado Pai, quaisquer que sejam as condições que eu tenha que enfrentar, sei que elas representam o próximo degrau na minha evolução. Aceitarei de bom grado todos os testes, porque sei que dentro de mim estão a inteligência para compreender e o poder para superar". Paramahansa Yogananda