quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Outra Vez, Ritchie (2009)


O que nos faz humanos? Sentimentos? Não. Tudo que existe sente - tudo. Pensamentos? Não. Só porque não entendemos como plantas e bichos pensam, não quer dizer que eles não pensem. Ainda assim, dizem que o que nos classifica humanos é a nossa capacidade de associar pensamentos e sentimentos racionalmente. Só o homem pode planejar seu futuro e olhar para trás - com saudade ou não. Todos os outros seres vivem apenas o agora. Essa é a grande diferença.

O que é tão mágico na música? É ser um registro eterno de algo bom que todos os envolvidos em sua criação e execução compartilham com o mundo inteiro. Posso entender a sensação de quem compõe uma letra que com melodia se tornará o que entendemos por música propriamente dita. Pensar nisso tudo me faz lembrar do filme Music and Lyrics (Música e Letra) em que Hugh Grant e Drew Barrymore interpretam, na comédia romântica, a perfeita analogia do tema. Entendo esse ato criativo. Contudo, foge à minha compreensão o quanto é necessário para que ela fique perfeita.

Não somos humanos porque fazemos música - afinal, a natureza sempre foi o mestre nesse quesito - mas, na medida em que precisamos uns dos outros para que a nossa música atinja o nosso fim, isso nos diferencia do resto de tudo que existe. Um músico sozinho não faz tudo: há os produtores, engenheiros de som, arranjadores, instrumentistas... Uma música só é maravilhosa porque várias pessoas acreditaram na canção e se dedicaram ao máximo para transformá-la em algo que tocasse a alma de cada pessoa ao ouví-la.

Há alguns anos atrás, houve uma música que tocou em todas as rádios; ninguém ficava indiferente a ela. Todos sabiam cantá-la. Aquela voz tinha nome e imagem que apareceu consecutivas vezes naTV. Só mais tarde eu soube que o cantor de "Menina Veneno" viera ao Brasil quase por acaso. Diz a lenda que ele veio à convite de Rita Lee - numa visita da cantora à Londres - um daqueles, bem brasileiro, do tipo "Vai lá em casa". Veio e acabou ficando. Depois desse sucesso, vieram vários. Eu não tinha idade para ser veneno mas, menina que era, cantava todos. Imaginei durante anos qual seria a cor de carne do abajour, como seria ficar presa no elevador e o que é um casanova. Como o David Bowie que brilhou no cenário pop internacional daquela década, esse David brilhou - e muito! - em terras nacionais. Aquele Ricardo vindo da Inglaterra encontrou uma nova pátria. E se tornou seu rei. Seu nome verdadeiro? Richard David Court - Ritchie para o todo o povo brasileiro.

Nem em sonho eu imaginaria que aquela grande estrela um dia falaria comigo como se fosse um vizinho ou que pudesse me soar como grande e bom amigo. Entrementes, o Twitter fez com que ele pudesse entrar nas casas de seus fãs daquela época e na de todos os outros que passaram a conhecê-lo atrevés dele. Ritchie voltou a fazer parte do meu cotidiano de uma forma totalmente nova e, outra vez, está marcando minha memória com lembranças felizes - como na infância, quando eu o "conheci" - com seus tweets sobre suas belas canções. Seu novo trabalho traz aqueles sucessos memoráveis - de Menina Veneno a Lágrimas Demais - em nova roupagem, sempre surpreendentemente encantadora. Recomendo assistir "A vida tem dessas coisas" versão de 83 e a de 2009.

Pioneiro,"Outra Vez - Ao Vivo no Estúdio é primeiro Blu-ray a ser gravado, produzido, autorado e fabricado no Brasil. Certamente, por essa fabulosa produção independente, @ritchieguy será eternamente lembrado. Fruto de seu trabalho de décadas é, ao mesmo tempo, nostalgia e encantamento pelo novo. A música que dá título ao cd/dvd/blu-ray tocou-me tão profundamente que não tive alternativa senão ouví-la outra vez e outra vez...

É. A vida tem dessas coisas... Coisas que fazem lembrar porque somos humanos, porque sentimos e pensamos o nosso passado e projetamos o nosso futuro. A música nos ajuda a sentir melhor, a pensar melhor, sermos pessoas melhores, enfim. Preciso agradecer ao Ritchie por ser parte das minhas melhores lembranças e das melhores emoções presentes. Não somente a ele, mas a todos que junto dele tornaram essa mágica real. E esse é o meu jeito de demonstrar o que não cabe num simples muito obrigada!



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

The Lake House (2006)


Toda menina é educada para gostar de rosa, brincar de boneca e de casinha, sonhar com os contos de fada e ser a princesa à espera do príncipe encantado. Quando a gente vira mocinha, só não brinca mais, mas os sonhos são os mesmos. Somos as princesas suspirando pelo príncipe de armadura brilhante que virá nos salvar, que vai ser gentil, que virá nos amar, nos fará sua rainha e nos construirá um reino de amor, de paz e felicidade. Por isso, lemos romances e vemos filmes românticos. Lembro como se fosse hoje quando eu pegava os inúmeros romances Júlia da minha madrinha para ler nas férias e me divertir. Foi quando eu descobri que queria ser escritora.

Toda menina nasce com talento para imaginar e idealizar um mundo romântico em torno de si. E assim, a gente acha que o primeiro beijo é o mais inesquecível, o primeiro namorado vai ser o único e o casamento vai ser o coroamento do nosso anelo mais almejado. The Lake House, ou A Casa do Lago, é o retrato fiel do sonho das mulheres que foram a menina e a garota que eu fui um dia. Uma mulher realizada profissionalmente - Só lhe falta o grande amor. Um homem solitário em busca de algo que preencha o vazio de sua existência. Uma mistura perfeita de vários clássicos do cinema: Love Affair (tão clássico que já fizeram dois remakes dele), Somewhere in Time (Em algum lugar do passado), 84 Charing Cross Road (Nunca te vi, sempre te amei) - para citar apenas as referências mais especiais, porque há várias! Seria ofensivo dizer que o roteiro é um Frankenstein dos dramas românticos do cinema que eu mais gosto? Acho que não... O personagem de Mary Shelley é extremamente romântico. Aliás, o roteiro também faz menção à autora inglesa Jane Austen - autora dos livros mais suspirantes para mocinhas do mundo! Achei que o filme fosse adaptação de um romance para as telas do cinema, mas na verdade é um remake de um filme coreano chamado Il mare ou Siworae, lançado 6 anos antes. A trilha sonora torna o filme ainda mais especial. A música tema é de ninguém menos que o eterno Beatle Sir Paul McCartney. This never happened before, do álbum Chaos and Creation in the Backyard, lançado em 2005, embala a cena mais romântica do filme inteiro. Ganhou vários bônus por incluir Nick Drake também!

Toda menina cresce. Nem todas gostam disso. Algumas, continuam sonhando mais do que as outras - as que se dizem realistas. Por isso, nós vamos ao cinema para rir e chorar vendo histórias de amor - de preferência, com final feliz. Para essas mulheres, recomendo uma Casa do Lago. E levem seus príncipes para ver junto!



sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Nutella tem gosto de quê? #Nutella Day


Não faz tanto tempo assim que nós brasileiros conhecemos esse delicioso creme de avelãs com chocolate. A primeira vez que tinha ouvido falar foi através de uma família italiana vizinha. Tornei-me muito próxima da filha do casal, que foi a primeira aluna que tive e que me fez descobrir minha vocação para ensinar. Eles falavam de Nutella com saudade e eu ficava babando - não se encontrava por aqui nem em delicatessen na época. O tempo e as circunstâncias levaram a família para longe e perdemos o contato. A Nutella passou a ser produzida no Brasil e eu pude finalmente prová-la. Então, para mim, Nutella passou a ter gosto de saudade. A filha do casal, além de minha aluna, era como uma irmãzinha - a que eu nunca tive, pois só tenho irmãos.

Os anos se passaram e eu havia perdido completamente o contato com a minha menininha... Um dia, sonhei com ela por acaso - 13 anos depois. De repente, pensei: por que não procurá-la no Google? Joguei o nome dela completo no buscador e... voilá! Encontrei a Lu no Facebook! Mandei uma mensagem curtinha dizendo da saudade de todos os anos e de todo meu carinho por ela. Qual não foi a minha surpresa com a pronta resposta! Desde então, nunca mais deixamos de nos falar quase diariamente via Skype.

Hoje, a minha menina é casada, trabalha e vive na Itália. Há algumas semanas atrás, me deu a grata notícia de que viria ao Brasil para visitar a família que mora no interior de Minas e que gostaria muito de me ver. No último fim de semana, arrumei as malas e fui para Lavras para encontrá-la. Podem adivinhar qual o presente ela me trouxe? Nada mais nada menos que um pote IMENSO (750 g) de Nutella!

Para a minha surpresa (e a dela também) hoje é celebrado mundialmente o Dia da Nutella (Nutella Day): justo o dia em que ela retorna para a Itália e deixa saudades... Eu não abri o pote até esse momento. Provando agora uma colherada, sinto gosto de... amizade!

P.S: If you don't understand portuguese, just click HERE to see the English version.

Clique acima para ver algumas fotos das minhas
dollies celebrando o Nutella Day