sexta-feira, 31 de maio de 2013

O que você faz pra ser feliz?



Nunca imaginei que um comercial de televisão pudesse me surpreender com uma pergunta fundamental que a maioria das pessoas nunca faz a si própria. O propósito das campanhas publicitárias é sempre vender um produto, uma marca, uma ideia. O Grupo Pão de Açúcar pretendia o quê exatamente quando veiculou uma campanha assim? Gostando ou não da Clarice Falcão, entendendo ou não a real intenção do anunciante com esse comercial, a pergunta merece resposta. Ou respostas. 

Nunca ouvi ninguém dizer "Quero ser infeliz". Todos querem ser felizes. Todos, sem exceção. Porém, o que chamamos felicidade? Uma outra Falcão (Adriana Falcão) escreveu um livrinho chamado "Mania de Explicação" em que define felicidade assim: "Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma". O dicionário diz que é produto de ações que nos levam ao contentamento. A definição justifica o questionamento, pois denota que para que se alcance a felicidade, é necessário realizar procedimentos específicos.

Talvez você possa achar que é ingênuo pensar que exista alguma coisa que possa ser feita para alcançar a felicidade porque ela pode ser tão subjetiva e relativa que uma fórmula para obtê-la seria inútil. O que eu descobri por mim mesma é que eu posso sentir uma coisa que a maioria das pessoas só reconhecem como felicidade pela ausência quando entendo o que isso significa para mim e se realmente posso fazer alguma coisa para fazê-la durar. O que faço para ser feliz? Faço o seguinte:

1) Questiono a mim mesma sobre o que é felicidade: Já ouvi muitas pessoas dizerem que a felicidade não pertence a esse mundo porque ele está cheio de contradições: dor, miséria, doença, desigualdade social. Como pode alguém ser feliz se coisas ruins - que parecem se opor à felicidade - nos acontecem o tempo todo? Se coisas boas me acontecem e afirmo que sou feliz, por que eu me sinto infeliz quando coisas ruins me acontecem? Então, de fato, não posso me dizer feliz, não é? Isso porque estou considerando a felicidade como algo que exija condições. Mas será que ser feliz, realmente feliz, depende mesmo de condições? Acho que a minha felicidade e a dos outros não dura porque associamos a alegria de ter ou de ser à felicidade, mas a felicidade não depende de nenhuma circunstância. Quem é feliz, não pode ser perturbado por nenhuma daquelas coisas - dor, saudade, ansiedade, angústia... A pessoa feliz não se perturba por nada. Ela ri, ela chora, mas internamente ela está bem. Acho que isso é a genuína felicidade. 

2) Cultivo as virtudes: No mundo em que vivemos, as virtudes só têm valor como verniz social. Não se ensina às crianças os valores morais senão para que elas se ajustem ao mundo, para serem aceitas. Ser educado, gentil, honesto, sincero, deve ser um princípio verdadeiro, não um artifício para ganhar elogios, para ser considerado uma boa pessoa, um modelo ou coisa parecida. Você tem que ser tudo isso porque isso É O SEU SER! 

3) Tento ser simples: Tenho gostos e manias que me dão imenso trabalho para satisfazer. Há muito tempo venho tentando desejar cada vez menos e ter mais autocontrole. Nem eu me suporto quando quero alguma coisa, porque isso me consome. Talvez muitas pessoas se sintam felizes no processo de realização dos desejos ou sonhos. Eu sinto que gasto muita energia e é isso que nos faz parecer que estamos vivos e associamos à razão da existência. Eu acho um saco ficar desejando e realizando. Meu propósito de vida é querer sempre menos, o que não significar não querer nada ou querer qualquer coisa. É não desejar coisas supérfluas, desnecessárias ou inúteis. Então, quando um desejo me incomoda, começo a pensar se realmente ele é digno do meu esforço e tento não sofrer para consegui-lo se não for um desejo justo. Se é algo que vale a pena, mas parece um sonho impossível, tento pensar nele mas sem sofrimento. Quando menos espero, se realiza de maneira mágica. Juro que é verdade!

4) Expulso sentimentos negativos: Raiva, inveja, mágoa são as três principais inimigas da felicidade. Luto mesmo toda vez que tentam se apossar de mim. Tenho algumas estratégias que funcionam, mas a melhor de todas é pensar em Deus. O tempo todo, de alguma forma. Tento trazer essa força divina para minha vida sempre, da melhor maneira que eu consigo.

5) Combato meu próprio egoísmo: Não adianta negar que o ego não existe e que não somos dirigidos por ele. O modo como fomos educados e como fomos condicionados a conduzir nossas vidas determinou que nossa predisposição ao egoísmo, mas isso não justifica nos mantermos nele simplesmente afirmando "eu sou assim mesmo". Ser egoísta não é só não saber dividir suas coisas ou querer tudo para si. Ser egoísta é se achar melhor que os outros, não querer que sejam melhor que você, que tenham ou consigam o que você quer e não tem ou não consegue. Ser egoísta é, sobretudo, desejar sempre estar em vantagem sem considerar que a sua vantagem é a desvantagem de alguém. É estar o tempo todo se comparando e sofrendo para ser aceito ou para ser invejado. Em outras palavras, devemos identificar a causa do nosso sofrimento e eliminá-la. Ninguém aqui está dizendo que é fácil, mas que é preciso ser feito. 

6) Assumo minha responsabilidade por minha felicidade: Toda causa tem um efeito. Mas é maís fácil buscar a causa do sofrimento nas pessoas ou nas circunstâncias que aceitar a minha responsabilidade por tudo que acontece na minha vida. A maioria das pessoas é infantil, na pior acepção do termo: não aceitam nunca que estão erradas e não se enxergam. Quando alguma coisa ruim me acontece, não fico tentando aliviar a dor acusando alguém (a sociedade, a elite, os políticos, etc) e as circunstâncias. Isso só me envenena através da raiva. Tento entender o que está acontecendo e busco um meio de me adaptar à realidade com o mínimo de dano emocional possível. Aliás, deixar-se afetar por alegrias e tristezas motivadas pelas circunstâncias é o melhor modo de trazer infelicidade para dentro de nossas vidas! 

8) Aceito os defeitos dos outros: As pessoas não são iguais a mim. Aliás, eu não sou modelo para o mundo. Nem todas as pessoas veem o mundo como vejo e compartilham das minhas opiniões. Por que não dar a elas o respeito que eu gostaria que dessem a mim? Tento aceitar os meus também, mas sem ser indulgente. Corrijo-me, mas não pretendo ser uma espécie de paladino da virtude. Se alguém é trapaceiro ou desleal, não vou perder meu tempo em julgamentos e lamentações. Constato apenas e sigo meu rumo. Cada um é livre para ser, pensar e agir como quiser. Só que cada um colhe o que planta. Eu escolho bem minhas sementes porque sei o que quero colher.

7) Faço os outros felizes: Acho que ninguém pode ser feliz fazendo os outros infelizes. Se a sua felicidade se baseia na infelicidade de alguém, você tem tudo, menos felicidade. Talvez a gente se sinta vingado ou muito "feliz" quando alguém que nos prejudicou de alguma maneira recebe o troco por suas más atitudes, mas a felicidade está acima dessas coisas. Felicidade é sentir compaixão por quem nos faz mal e lamentar que eles não possam experimentar a verdadeira felicidade de fazer sorrir ao invés de fazer chorar. Obviamente, não posso querer que alguém nos faça feliz, pois ísso seria repassar a responsabilidade que é nossa para outra pessoa. Não atribuir-se a responsabilidade de fazer alguém feliz não nos impede de realizar pequenas ações para tornar a vida dos outros mais agradável: uma gentileza, uma surpresa, um carinho, sem esperar nada em troca. Essa é a forma correta de fazer os outros felizes. Você faz porque sente que é o certo a ser feito e faz. E você fica feliz porque fazer os outros feliz se torna parte de você. 

A música resume tudo isso que eu falei de uma maneira muito, muito simples. Você é dono do seu próprio nariz? Então encontre a felicidade embaixo dele!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Os ciganos e a liberdade do Ser

Quando eu era pequena, as pessoas falavam muitas coisas assustadoras sobre esse povo nômade de costumes diferentes que geralmente se denomina cigano. Diziam que eram um povo sujo, desonesto, ladrão de criancinhas. Historicamente, os ciganos são discriminados há centenas de anos! Há quem diga que são descendentes de Caim, portanto maus por natureza. Na Idade Média, foram duramente perseguidos como seres malignos, pagãos e por isso eram torturados e queimados vivos acusados de bruxaria. Durante a segunda guerra mundial, assim como os judeus, foram considerados como uma praga social, disseminadores de doenças e por essa razão muitos ciganos foram mortos nos campos de concentração. O que se sabe sobre eles, em linhas bastante gerais é que valorizam suas raízes, tradições e a família, além de possuirem um talento nato para o comércio e o acúmulo de bens materiais. Porém, a catacterística que mais se destaca nos povos ciganos no imaginário coletivo é o nomadismo.

Todas as pessoas têm seus apegos. E parece, para grande maioria, que o desapego ao lugar onde se nasce, se vive, se mora é uma coisa bastante fora do normal. Penso que todo tipo de apego nos faz escravos - das coisas, das pessoas, dos lugares. E ser livre, num mundo como o nosso, representa a satisfação de todos os apegos: estar onde se quer, quando se quer; ir onde se quer, por onde quiser. Mas e quando não há opções? E se todas as vontades são contrariadas? Quero ir, mas devo ficar; quero ficar, mas tenho que partir: onde fica a liberdade?

Nenhum de nós é livre. Nem mesmo os ciganos. A real liberdade não tem qualquer relação com a nossa identificação com o que fazemos, o que pensamos e onde estamos. A liberdade, imagino, reside na conexão com o nosso verdadeiro Ser. Equânime, nosso Eu Verdadeiro não é o ego que ri na alegria e chora na tristeza. O Eu está onde deve estar, ir onde deve ir... E partir quando esse for o seu dever.

Os ciganos sabem deixar uma morada sem tristeza ou remorso. Eles não olham para trás e vão. Para eles, esse é um movimento absolutamente natural. Como será que eles aprenderam? Acho que todos que pretendem ser plenamente livres, devem tentar descobrir!





domingo, 12 de maio de 2013

Ela é minha Lua - Dia das Mães 2013

Para minha mãe



Mais um domingo está terminando. Aquela melancolia costumeira não teve vez hoje porque foi o Dia das Mães. O dia em que entregamos o presente escolhido com carinho e almoçamos com a mãe mais querida do mundo: a nossa. No ano passado, eu falei das esquecidas. Esse ano, quero falar diretamente para minha mãe porque não pude estar com ela, mas esteve em meus pensamentos e em meu coração o tempo todo. Hoje ganhei uma rosa porque disseram que todas as mulheres são manifestações da Mãe. Toda mulher é mãe... Mãe de seus amigos e amigas, dos filhos dos seus amigos, não é? Eu me sinto mãe de todos a quem dedico atenção, carinho e amor...

Esse é o segundo ano consecutivo que não posso estar com minha mãe nessa data. Eu lamento, claro, mas as circunstâncias da vida me obrigam a entender e a aceitar que nosso amor deve ser manifestado sempre, mesmo quando existe um dia especial para expressá-lo. 

Minha mãe sempre achou que eu preferia meu pai a ela. Engraçado que quando eu digo que ela prefere meus irmãos a mim, ela se zanga e acha absurdo. Demorei muitos anos para entender algumas coisas fundamentais sobre família e a relação pais e filhos. Ao contrário do que já ouvi falar inúmeras vezes - "Quando você for mãe, você vai entender" -, eu compreendi que há muitas razões porque pais parecem preferir filhos. As pessoas têm afinidades. Pais e mães são pessoas. Isso não quer dizer que amam mais ou menos um filho ou outro, mas que há uma identificação maior com um filho. Claro que às vezes isso pode passar para uma predileção injusta, mas não é uma regra válida para todos os casos. Então, demorei muito para perceber que minha mãe não gosta menos de mim; é que ela sempre achou que preciso menos dela que meus irmãos. Assim, aprendi várias coisas sem sua ajuda... Minha mãe nunca precisou fazer a lição de casa comigo. Aprendi a amarrar meu próprio cadarço, rezar o Pai Nosso e a cozinhar também. Sempre fui, como meu pai, expansiva, comunicativa e cheia de iniciativa. É por isso que sempre pareceu que eu o amava mais... É que eu só estava expressando as qualidades que herdei dele mais do que as que herdei dela. 

Meu pai era o sol: impõe sua luz à força, abrasava tudo com sua força de vontade, gostava de cor, de som e voltado para o exterior. Minha mãe é a lua: sua luz é suave e se expressa docemente em fases; suas cores são sóbrias - preto e cinza - séria e muito, muito voltada para o interior. Hoje tive esse insight: Deus sendo Pai, também é Mãe. Sol e Lua são respectivamente Deus como o Sempre Existente e Sem Forma e Deus Pessoal Com Forma. A presença de Deus é representada pelo sol que ilumina e permeia tudo. O poder criador, gerador e mantenedor de Deus se manifesta na Natureza - tudo nasce e cresce pelo Amor da Mãe. A Lua, portanto, representa um aspecto da Mãe como Natureza - que também tem fases, (assim como as estações do ano que fazem florir e frutificar) que regem as águas. A Lua representa a Mãe Divina e nós todos as infinitas estrelas do céu. As estrelas são filhas da lua. Imagine a noite escura sem a luz do luar? A luz das estrelas não são suficientes para iluminá-lo... Ainda que a luz da lua não seja própria, a lua consegue refletir com perfeição a luz que vem de Deus, o sol. Por isso, todas as mães são a mais perfeita manifestação dos maiores atributos divinos: o dom de gerar a vida e amar seus filhos incondicionalmente. 

Todos sabem que as propagandas de margarina não mostram a realidade da vida em família. E minha relação com meus pais esteve muito longe de ser modelo para esse tipo de comercial. Porém, posso afirmar com toda certeza do meu coração: eu tive o melhor pai e tenho a melhor mãe para me tornar a pessoa que desejo ser. Durante muitos anos, manifestei todas as qualidades do meu pai e hoje reflito as da minha mãe: sou uma pessoa mais sóbria, mais autocentrada, prática, responsável e administro minha própria vida. Se hoje sou uma pessoa melhor, é porque sigo seu exemplo de honestidade, de retidão e de disciplina. Um dia, minha mãe disse que eu era sua estrela. Ela tem razão... E ela é minha lua!




quinta-feira, 9 de maio de 2013

Inquebrável


Não sei porque na natureza humana, o apego parece ser genético: um gene dominante que comanda aquilo que chamamos de eu a se apegar às coisas e às pessoas. Apego, assim como o medo, em si mesmo, tem um propósito na vida. Se não tivessemos apego à nossa mãe que nos deu a vida, que nos manteve vivos, cuidando-nos e alimentando-nos, como sobreviveríamos nesse mundo? Se não tivéssemos um apego à vida e a todas as coisas que nos mantém vivos - com saúde e em segurança - não estaríamos mais aqui para chegar a essa reflexão. 

Tenho um apego afetivo às minhas coisas. A algumas, mais do que outras. Tenho uma xícara que comprei num Natal para me autopresentear porque me apaixonei por ela à primeira vista. Nunca deixei ninguém a usasse ou lavasse. Sempre tive extremo cuidado em seu manuseio. Meu apego com minhas coisas é tão intenso que chego a imaginar que ninguém cuidará do que é meu melhor que eu. Então, embora a convenção social me silencie quando preciso compartilhar algo que é extremamente meu, sofro para manter o que me pertence. Mas como todas as coisas que existem, a xícara também tem vida útil. E ontem, num acidente doméstico, mesmo com todo meu zelo, meu querido utensílio foi trincado. Uma peça perfeita destruída. Embora ela ainda esteja funcional, minha amada xícara ficou mutilada, defeituosa, imperfeita. E meu coração deveria ter se partido junto; só que não. No exato momento em que o aborrecimento quis se apossar de mim, eu o expulsei. Pensei que tudo nesse mundo tem seu tempo; tudo se quebra, tudo se parte, tudo morre. 

Fiquei tentando decidir se deveria ou não jogá-la fora porque, afinal, não estava de todo estragada e eu poderia alimentar minha afeição por aquela peça de louça manufaturada que eu mesma transformei em um deus.  

Hoje tiraram de mim meus documentos, meu dinheiro, cartões e coisas de valor sentimental. Furtaram da minha bolsa meus pertences mais valiosos. Justamente aquelas coisas que mais tememos perder. E me pergunto... Por que tudo pode nos ser tirado sem que possamos fazer nada? Não adianta lutar contra o inevitável fim das coisas e parar de querer remediar o que não tem remédio. Perda e ganho são duas faces de uma mesma moeda.

Existe alguma coisa nesse mundo que seja imperdível? Imperecível? Inquebrável? Quando eu descobrir, saberei com certeza que nunca mais sofrerei outra vez enquanto eu viver.




quarta-feira, 1 de maio de 2013

Jardim sem jardineiro



Plantas podem crescer sem a nossa ajuda. No entanto, um jardim ganha muito mais vida e beleza se houver um habilidoso jardineiro que cuide dele. Todos gostam de apreciar um belo jardim. Os jardins não se fazem sozinhos. Jardins são o resultado do esforço de alguém que cumpriu todas as etapas - planejamento e execução - de um projeto. Se não existissem jardineiros, jardins não seriam jardins.  

O escritor é um jardineiro. As palavras são as sementes. Os textos são as plantas que dão flores e frutos - aroma, cor e sabor. O que estou tentando dizer é que não é possível fazer brotar no papel um bom texto se não existe habilidade para transformá-las em algo de fato significativo; algo que ultrapasse o limite do gênero. Você pode escrever um romance, um roteiro de cinema, uma peça de teatro, um poema, uma crônica e simplesmente não despertar o interesse de ninguém para ele... 

Um jardineiro não nasce jardineiro. Ser jardineiro é uma escolha. Em algum momento da vida, houve uma escolha. O escritor escolhe escrever. E se ele quer escrever, ele vai ter que aprender como se tornar um escritor. Muitas pessoas dizem que escrever é um dom. Lamento por em xeque essa antiga crença. Escrever é sobretudo vontade. É onde tudo começa...

O jardineiro aprende a ser jardineiro. Primeiro, aprende sobre as plantas e muitos outros detalhes que dizem respeito à jardinagem: os materiais a serem utilizados, os cuidados e procedimentos na execução de seu trabalho. O escritor também precisa passar por esse aprendizado. Ele precisa aprender do que é feito um texto e o que é um texto. Não basta apenas ter lido bons textos e ter boas ideias. Um bom escritor precisa conhecer a técnica e praticá-la à exaustão!

A escola pretende ser o lugar onde se forma o escritor, mas o que vejo é que os alunos não se interessam pela arte de escrever. A maioria deles se julga incapaz e de fato não dispõem de nenhum interesse em desenvolver essa habilidade. Por esse motivo, ensinar a escrever - não me refiro ao ensino da norma padrão, da ortografia, da gramática normativa - depende muito de como fazer com que o aluno queira ser um jardineiro... E acho que essa atividade estará restrita sempre - infelizmente - a um grupo seleto - a cada dia mais e mais reduzido! - de "pseudo-eleitos" do Monte Olímpo considerados capazes de sê-lo.