quinta-feira, 6 de junho de 2013

10 formas de dizer "Eu te amo" - Parte VI


A primeira vez. A primeira coisa que fizemos quando chegamos a esse mundo, ninguém ensinou: respirar. Será que alguém pode mesmo se lembrar da sensação de per o ar nos pulmões pela primeira vez? Você se lembra do seu primeiro passo? Do seu primeiro aniversário? Não, né? E de seu primeiro brinquedo? Seu primeiro bichinho de estimação? Acho que essa é uma das minhas lembranças mais antigas: o dia em que a Musa (nossa cadela mestiça) chegou em nossa casa. Eu tinha 3 anos de idade. A inspiração para esse jeitinho de dizer "eu te amo" veio dessa crônica de Antônio Prata intitulada "Recordação". 

7) Reviver a emoção da primeira vez: A primeira vez é importante porque ela serve de prarâmetro para todas as outras vezes que a experiência se "repetir". Digo entre aspas porque a verdade é que cada experiência que temos é única; jamais se repete exatamente da mesma maneira.  Você se lembra da primeira vez que seus olhos pousaram no seu amor? Quais sensações esse encontro te provocou? Foi logo pela primeira vez que seu coração bateu mais forte e você desejou que aquela pessoa jamais saísse da sua vida? 

Bem, não foi exatamente assim conosco. Nosso encontro foi tecnicamente comercial. Eu era livreira e ele um cliente da galeria aguardando uma outra loja abrir porque a funcionária acabara de sair para almoçar. Puxei assunto, tentando fazê-lo sentir-se à vontade e bem-vindo. Eu estava feliz porque - Acreditem: eu sonhei muito em ser livreira nessa vida! - eu estava trabalhando com amor. De certa forma, acho que foi por esse motivo que ele passou mais de uma hora conversando comigo, apesar do jeito tímido e reticente. Eu tive uma excelente impressão dele. Senti muita afinidade e definitivamente gostei dele. Curiosamente, não o observei com "outros olhos", apenas curti a delícia de conhecer um novo amigo. Então, ele fez o que tinha que fazer na outra loja e depois veio se despedir. Nós nos abraçamos carinhosamente. Foi um abraço demorado e genuíno. Não parecia que acabáramos de nos conhecer. Eu pedi com ênfase que ele voltasse outras vezes. Fiquei olhando-o partir e pensei: "esse é um cara muito legal. Eu quero que ele volte, mas acho  que nunca mais vamos nos ver de novo". Eu nunca vou me esquecer daquele dia. Não guardei a data, o mês ou a hora. Mas é uma lembrança preciosa que jamais vai me abandonar. Principalmente porque mesmo depois de muitos meses ele voltou. Porque ficamos muito amigos. Porque só depois de amá-lo como um querido amigo, eu o amei como ainda o amo até hoje. Em nossos primeiros encontros, ele exalava um forte olor de rosas vermelhas. 

É importante não deixar que essa lembrança se apague, pois ela que mantém acesa a chama da ternura, da doçura, daquela coisa gostosa que sentimos quando nos descobrimos apaixonados porque o rolo compressor dos problemas - as contas a pagar, as diferenças, as brigas idiotas - vai tentar destruir.  Se um dia quiser dizer "eu te amo" da maneira mais linda, conte para seu amado como você se sentiu quando seus olhos e os dele se encontraram pela primeira vez. 


3 comentários:

Anônimo disse...

Lembro que quando fui embora e entrei no ônibus senti uma alegria na alma. Não era algo do ego. Era maior do que aquilo que chamo de eu mesmo.

Adri disse...

Eu sei, Cláudio. Você me disse... Por escrito. :)

Fabi disse...

Eu adoro ficar pensando em coisas que ja passaram, lembrando de bons momentos que vivi com o Nico, apesar de ser recente foram inesqueciveis. A primeira vez que trocamos mensagens, nos falamos... ah sao tantas coisas e intimidades, todas elas maravilhosas e unicas! Adorei seu texto amiga, vc ta arrasando nesse dia dos namorados!