segunda-feira, 10 de junho de 2013

10 formas de dizer "eu te amo" - Parte II


Dizem que quando ficamos mais velhos, nos tornamos sistemáticos e ranzinzas. Deve ser verdade, porque tenho notado como tenho me apegado às rotinas que criei depois que saí da casa da minha mãe. Veja como são as coisas... Eu nunca pensei que um dia fosse considerar que a minha casa é a casa da minha mãe, não minha... Eu não tenho casa. Nada me pertence. Eu permaneço nos lugares o tempo necessário e depois sigo outro rumo. Tem sido assim minha vida nesses quase 3 últimos anos.

Nunca tinha observado antes minhas manias. Na verdade, não acho que tive alguma até começar a viver sozinha. Por exemplo, gosto de comer sempre no mesmo prato, usar o mesmo copo, os mesmos talheres. Não é por nojo nem nada. Não sei explicar o motivo, mas me sinto mais confortável quando uso minha própria louça. Gosto de não fazer planos sobre o que fazer exatamente, mas algumas circunstâncias me forçam a gostar de estar em casa. Por isso, me apeguei à tv para me distrair e relaxar. Na casa da minha mãe, nunca tivemos tv a cabo. Agora que experimentei, me tornei meio dependente e estou sentindo falta.

Em 2007, vi um pedaço de uma série chamada The Big Bang Theory na casa de amigos e não achei graça nenhuma. E de repente, depois de todos esses anos, tornou-se a minha série favorita de todos os tempos da última semana. Todos os dias, às 17:20, a Warner exibe episódios anteriores da série;  comecei a ver por acaso, enquanto fazia minhas tarefas domésticas. Em dezembro passado, quando ele veio passar uns dias comigo, diariamente eu via os episódios, a despeito de seu mínimo interesse por ele, impreterivelmente no mesmo horário. Acreditem ou não, fiquei meio apegada a esse hábito e me sinto mal quando não posso satisfazê-lo. Depois que ele foi embora, ver TBBT todas as tardes era uma forma de estar com ele de novo, compartilhando minhas pequenas rotinas...

2) Compartilhar os hábitos:  Dizem que os opostos se atraem. Outras, que semelhante atrai semelhante. Acho que nós dois ficamos num meio termo, porque somos muito parecidos e em alguns aspectos completamente opostos. Acho que nosso relacionamento de longa data nos proporcionou aquele fenômeno de equilíbrio osmótico. Hoje em dia somos mais semelhantes que antes. Costumo dizer que se nos separassem e fizessem perguntas sobre o que o outro diria sobre isso ou aquilo, acertaríamos 100%. Ele sabe como me comporto, como é meu pensamento, meu comportamento e meus hábitos. Se dessem situações para que ele se pusesse no meu lugar para dizer o que eu diria, ele certamente saberia com exatidão.

Nem tudo que o outro gosta de fazer tem a ver com nossos gostos pessoais. Mas o que custa experimentar algo que pertence ao mundo da pessoa que amamos? Por que não tentar entrar no mundo dela e conhecê-lo? Ler os livros que ela leu (e que se não fosse por isso, jamais leria), ver os filmes que ela viu e que você jamais se interessou antes, frequentar lugares que você jamais frequentaria para entender o que encanta a pessoa que você ama... Não é exatamente deixar de ser você mesmo, de ter seus próprios hábitos ou de fazer suas próprias escolhas. É se dar a chance de experimentar viver no mundo da pessoa amada. Amar é compartilhar essas coisas. O tempo todo!

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