Todos os anos, a Associação de Cultura Nipo-Brasileira de Minas Gerais promove o Tanabata Matsuri (七夕) - Festival das Estrelas - uma comemoração de origem japonesa que ocorre na sétima noite do sétimo mês do ano. A lenda que deu origem à festa: Há muito tempo, de acordo com uma antiga lenda, morava próximo da Via-Láctea uma linda princesa chamada Orihime (織姫) a "Princesa Tecelã". Certo dia Tenkou (天工) o "Senhor Celestial", pai da moça, apresentou-lhe um jovem e belo rapaz, Kengyu (牽牛) o "Pastor do Gado" (também nomeado Hikoboshi), acreditando que este fosse o par ideal para ela. Os dois se apaixonaram fulminantemente. A partir de então, a vida de ambos girava apenas em torno do belo romance, deixando de lado suas tarefas e obrigações diárias. Indignado com a falta de responsabilidade do jovem casal, o pai de Orihime decidiu separar os dois, obrigando-os a morar em lados opostos da Via-Láctea. A separação trouxe muito sofrimento e tristeza para Orihime. Sentindo o pesar de sua filha, seu pai resolveu permitir que o jovem casal se encontrasse, porém somente uma vez por ano, no sétimo dia do sétimo mês do calendário lunar, desde que cumprissem sua ordem de atender todos os pedidos vindos da Terra nesta data. Esse ano a data recairia em 07/07/2008, mas anualmente a ACNB realiza a festa no 2º sábado do mês de julho. Tenho freqüentado essa festa há muitos anos. Vou sempre, infalivelmente. Uma curiosidade: Na mitologia japonesa, este casal é representada por estrelas situadas em lados opostos da galáxia, que realmente só são vistas juntas uma vez por ano: Vega (Orihime) e Altair (Kengyu).
Somente no Tanabata Matsuri posso deliciar-me com um dos meus pratos favoritos da culinária japonesa: Takoyaki (たこ焼き ou 蛸焼) - um bolinho assado de polvo na chapa. Prato popular no Japão, é muito apreciado principalemente nas regiões de Kansai (Osaka em destaque, Kobe, Kyoto etc). Traduzindo ao pé da letra, tako (たこ) significa polvo e yaki (焼き) assado, ou no caso, frito na chapa. É um prato bem trabalhoso... Não se acha para comer em restaurantes por aqui. Tenho uma história para contar sobre isso...´
Há muitos anos - mais ou menos uma década e meia - eu conheci uma nissei linda chamada Kaori - que hoje é minha amiga mais querida! Nossa amizade nasceu muito linda desde o início e, como eu amava tanto a cultura oriental, ela sempre me ensinava e mostrava coisas... Uma vez, ela leu para mim um mangá em japonês (não sei o nome - acho que nem ela sabe mais!). Nele, os personagens, num dos capítulos, sairam para comer takoyaki. Ela me explicou o que era e eu fiquei com água na boca. Por muitos anos da minha vida, achei que só experimentaria o takoyaki se eu um dia fosse ao Japão! Mas qual não foi minha surpresa quando estive pela primeira vez no Tanabata Matsuri aqui de BH eu pude experimentá-los??? Nhaaaammmmmmmmm.... Veja a receita e o vídeo. Se quiser, tente em casa - eu não recomendo! Hahahaha... (melhor comer o das barraquinhas mesmo no Tanabata... Mas é só uma vez por ano!)
Takoyaki
Massa:
120g de farinha de trigo.
30g de maizena.
1 colher de sobremesa de fermento em pó.
1 pitada de sal
500ml de água com 1/3 do pacote de Hondashi.
2 ovos.
1 colher de sobremesa de shoyu.
Recheio:
200g de polvo cozido.
1/2 cebolinha picada.
Gengibre vermelho em conserva a gosto.
Molhos:
Takoyaki Souce.
Maionese.
Alga verde (ao nori).
Katsuo ralado.
Modo de preparo: misturar todos os ingredientes da massa rapidamente de modo que não forme “bolotas” e conservá-la na geladeira durante 1 hora. Despejar na chapa de takoyaki e acrescentar os recheios por cima rolando- os com um palito. Quando os bolinhos dourarem, retirar da chapa e cobrir com molhos.
No Tanabata Matsuri da ACNB há outros pratos típicos: Okonomiyaki (ai, delicioso!), yakissoba, harumaki, tempura, ricekare, além dos tradicionais de festas junina/julina: churrasquinho, canjica... E o quentão convive muito bem com o sakê (quente, delicioso!)... A cada ano, a festa está mais bonita e bem organizada e divertida. Agora é esperar pela próxima 7ª noite, do 7º mês...
2 comentários:
Não conhecia esta lenda.É bonita e triste ao mesmo tempo.Achei bonito como você fala da Kaori. Antigamente eu não ligava pra comida japonesa, tudo que eu conhecia era sushi, que achava meio sem graça. Com você aprendi a gostar.
Amiga lindona! Que bom que vc voltou a postar... Agora seus textos famosos terão um lugar ao sol! =)
Seja bem vinda novamente ao Mundo Blogueiro!!!
Beijos Grandes,
Dafne
(www.elfinha.com)
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