quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Jason Mraz Tour in Brazil - Belo Horizonte/MG - 29/11/2009


Coincidências não existem. Tampouco acaso. Acredito que todos os eventos da vida têm alguma conexão, explicação, sentido ou significado em essência. Jung deu a esse tipo de evento o nome de Sincronicidade. Já há alguns anos tenho notado esses eventos "mágicos" ocorrendo o tempo todo comigo, sempre me impressionando, sempre me surpreendendo. Recentemente tenho sido atacada por eles e isso me enche de alegria...

Conheci Jason Mraz ouvindo a 90 Fm Blumenau. Muito antes de Lucky e I'm yours, a rádio já tocava Make it mine. Infelizmente, poucas pessoas conhecem-no pelo conjunto de sua obra até agora. O show lotou no último domingo muito em função da participação dele no programa do Faustão no último dia 15/11, no início da turnê do artista pelo Brasil.

Eu soube do show por "acaso"... O anúncio estava pregado na traseira de um ônibus e quando eu bati o olho, meu coração disparou de emoção. Não sosseguei enquanto não comprei o ingresso e esperei por esse dia ansiosamente. O meu pesar é que eu iria estar sozinha num show, pela primeira vez.

Eu não procurei muito, mas o pouco que sei sobre a vida dele me faz admirar ainda mais sua arte e a pessoa que ele é. Jason, até onde sei, me corrija se eu estiver enganada, é espiritualista - provavelmente vinculado à algum movimento religioso ou filosófico relacionado à yoga (um de seus violões tem um enorme símbolo do OM pregado nele) e, estando no Twitter, posta periodicamente autoafirmações positivas. As mensagens de suas canções são singelas e falam de um amor mais universal em detrimento do pessoal. Make it mine e I'm yours são exemplos disso, pois tratam da união com Deus (verdadeiro significado da palavra Yoga). Nesse sentido, para mim, Jason é um artista que se aproxima muito de George Harrison. Não no estilo, mas na mensagem espiritual de amor universal e união com o Divino.

Meu namorado me levou até o local do show com 1 hora apenas de antecedência. Estava tudo lotado e eu fiquei um pouco ansiosa de estar no meio de uma multidão completamente sozinha. Assim que o show começou, toda a minha angústia se desvaneceu. Ele estava lá, cantando para todos, por todos e para mim. Minha mente esvaziou-se. E se encheu de cores e sons. Poucas músicas foram cantadas em uníssono, exceto I'm yours e Lucky (que contou com a participação especial de uma fã que o próprio pediu para subir ao palco para cantar com ele). Entretanto, todos se envolveram harmoniosamente sob sua regência. Ele cantou TODAS as minhas músicas favoritas. Surpreendeu-me particularmente a performance em Dynamo of volition em que Jason ensina antes de começar a tocar alguns movimentos que depois compreendi como sendo uma espécie de língua de sinais para a canção. No quesito simpatia, o cantor é hors concours... Em determinado momento, agradeceu ao público em espanhol, o que gerou um certo desconforto que foi imediatamente contornado - ele agradeceu em vários idiomas e foi ensurdecedoramente aplaudido. Carinhosamente, Jason retribuiu os coraçõezinhos feitos com a mão - que aprendeu com a gente, obviamente...

As performances em Coyotes (em que Jason faz um vocal lírico excepcional) , em Beautiful mess (cheguei às lágrimas pensando na única pessoa no mundo que eu queria que estivesse comigo naquele momento) e em We all dialed in (foi muito emocionante ver aquele mar de luzes, antigamente feitos com isqueiros hoje substituídos por celulares) superaram qualquer expectativa que eu pudesse ter tido com relação ao espetáculo. Eu realmente me senti conectada com todos os que estavam ali com ele, compartilhando aquele momento tão único!

A sincronicidade novamente falou alto naquele instante pois em duas ocasiões o artista frisou "everything will be fine" - em Details on the fabric e na música incidental (se não me engano, no bis com a música Butterfly) Three Little Birds - "don't worry about a thing, 'coz every little thing is gonna be all right". Um arrepio percorreu-me quando ele disse, quase mantricamente à plateia "cantem esse refrão para uma pessoa que não está aqui com vocês". Coisas que só eu e a minha pessoa podemos entender...

Não é possível pôr em palavras tantas emoções, tantas impressões cheias de significância... Elas reduzem a experiência em si mesma que foi minha e ao mesmo tempo de todos. Renovam-me as esperanças saber que existe um artista como Jason no mundo. Ele consegue me fazer acreditar que a vida é realmente MARAVILHOSA!






6 comentários:

Luciana B. disse...

Que legal Dri :-) Admiro a sua persistência de ir lá atrás do que queria e a sua coragem de ir sozinha mesmo - pouca gente sabe se divertir sozinha quando não tem outro jeito! Que delícia de show... Valeu muito :-)

Anônimo disse...

Fiquei bobo com a quantidade de mulheres na plateia... O cara tem carísma, por isso não precisa de apelações extra-música para ficar na mídia. E, também, sabe conduzir o público. Algo que é para poucos
Não sabia desse lado espiritual dele, isso é bom. Deve ter sido muito legal. Fico feliz vc ter conseguido se divertir no show.
Sei o que é ir em shows sozinho, fui em muitos, porque dizem que a música que eu curto é "ruim" e até hoje eu ouço "como vc aguenta ouvir essas músicas?"

Aninha Cunha disse...

É, o Jason é um artista ímpar. E faz sucesso como merecedor, mostrando o que tá dentro dele mesmo.
O show foi inexplicável, de fato.
A voz dele é ainda mais inexplicável, é muito talento!
Estou muito feliz!

Marçal Oliveira disse...

demais... você conseguiu descrever o que muitas pessoas sentiram ;)

eu moro em Ipatinga... fui sozinho também...e nem por isso foi ruim, pelo contrário, foi demais... conheci pessoas, etc.

:)

Gabriel disse...

Muito bom o seu texto, parabéns!
O Jason consegue eliminar tudo de negativo que tem em nossas cabeças. È impressionante. Quando ele começou a cantar, tudo sumiu. È uma sensação inexplicável.
Também fui sozinho, e só poderia ter sido mais perfeito se tivesse companhia. Mas nem ligo, ouvir as músicas que eu mais amo ao vivo, com o artista ali na sua frente, NÃO TEM PREÇO!

Abraços =)

Maísa disse...

nossa, super arrepiei com seu texto. fui no show sozinha tb, e me senti tão bem, foi tão maravilhoso o show, q parece que todo mundo se conectou lá. ele tem que voltar!