sábado, 17 de janeiro de 2009

Os 7 Pecados Capitais


Você saberia listar de cabeça os 7 pecados capitais pela ordem? Nem eu. Mas é certo que todos nós cometemos esses 7 invariavelmente, contrariando todos nossos desejos maniqueístas de sermos virtuosos (que não passa também de um desejo de sermos aceitos, apreciados, distintos de quem é considerado mal). O que são pecados? Pecado, por definição, é a transgressão de preceitos religiosos. Religiosos ou não, todos nós estamos sujeitos a contrariar tais preceitos. Vejamos:

Vaidade: Considerado o pecado mais grave de todos, encabeça a lista. É o resultado da necessidade de atrair a atenção do outro para si, muitas vezes com intuito de provocar a inveja alheia. Em outras palavras, a vaidade existe porque sentimos uma necessidade de nos distiguirmos uns dos outros, não simplesmente sermos singulares mas sermos os melhores entre os melhores. Embora esse seja considerado o pecado mais grave, é o que mais se estimula em nós desde crianças por nossos próprios pais ao nos compararem às outras crianças.

Inveja: Define-se pelo desejo desmedido em possuir atributos, posses e habilidades alheias. Diz-se que não é intrínseca ao ser humano, sendo resultado da competitividade em que nossa sociedade se baseia - pode ser uma das causas, de fato... Para mim, a Inveja é aquela sensação horrível de que outra pessoa tem aquilo que deveria ser exclusivamente seu e mais ninguém. Não é possível sentir inveja e não sentir Ira (o próximo da lista). Ao contrário do que possa parecer e que não fica tão claro em outras línguas que não a nossa, ciúme e inveja não são sinônimos. O Ciúme é o insuportável mal-estar que nos assoma quando sentimos que algo precioso está sendo tirado de nós, algo que deveria ser somente nosso.

Ira: É difícil definir esse pecado. Aliás, como pode um sentimento que parece brotar de um processo aparentemente natural ser considerado uma transgressão? É certo que o que nos afeta negativamente é de fato uma transgressão. Mas é possível se sentir culpado por sofrer uma descarga de sentimentos negativos que obliteram a razão quando nos humilham, ofendem, ou roubam o que é nosso? A Ira me parece uma reação "natural" ao que nos causa sofrimento.

Preguiça: Grosso modo, é vontade de fazer absolutamente NADA. O problema da preguiça é que para o mundo capitalista girar, ninguém pode ficar parado! Então é um pecado ficar à toa - entenda-se lendo, filosofando, navegando na internet... Preguiça é um pecado contra a sociedade. A preguiça para mim é sintoma de desinteresse por atividades que nos dão vitalidade e passa a realmente ser um pecado quando nos tira o desejo de viver.

Avareza: Ausência do desejo de compartilhar - especialmente dinheiro. Fácil entender porque esse pecado está na lista. Afinal, a Igreja não seria rica hoje se não fosse ele! Trata-se de um instinto de preservação daquilo que julgamos que nos fará falta se compartilhado.

Gula: Gula é querer ter mais do que o que já se tem. É uma coisa triste... Porque a gula vem suprir o que já é o bastante mas que não sentimos como suficiente. A gula é angustiante porque nunca está satisfeita. É como a ganância que nunca tem fim. Existe uma causa profunda para ela. E se não a descobrirmos, continuaremos seus escravos.

Lúxuria: Querer ter prazer é pecado. Luxúria é nada mais que isso: querer ter prazer. Por que a Igreja colocou isso na lista é simples: você está constantemente cometendo um pecado gravíssimo e precisa dela para se salvar! Fez do sexo um tabu para escravizar a humanidade.

Nossa cultura judaico-cristã nos fez sentir culpa por tudo aquilo que sentimos sem uma justa explicação. O que são chamados pecados simplesmente brotam como sentimentos em nós. Nossa racionalidade e julgamento nos obrigam a constantemente fazer essa regulação que nos causa sempre sofrimento psicológico. A Igreja nos fez acreditar que confessando os pecados e pagando as penitências esse sofrimento estaria aliviado. Mas ela não nos ensinou a descobrir a fonte de todos eles. Isso ninguém ensina. Quer aprender? Descubra por si mesmo!


5 comentários:

Anônimo disse...

Belíssimo comentário seu no final! Claro que nenhuma religião ensinaria olharmos pra dentro de nós. Mesmo as doutrinas iniciáticas, é aquelas bobagens de iniciação (vaidade?), de grau x, grau y. Religião é negócio, melhor, um grande negócio. Existe aquelas seitas que dizem que "Deus' está dentor de vc, mas vc precisa de um guru, mestre para mostrar pra vc esta verdade. Eu mereço!
Agora, se somos imperfeitos, onde estão os pecados? não seria natural erramos?

Cacau Gonçalves disse...

Oi Adri!

ando estudando o eneagrama e é bem interessante porque a base desse sistema parte do princípio dos nossos "pecados", ou seja, a forma pela quais nos caracterizamos a partir dos nossos "defeitos".Bem interessante.

beijão

Lookk disse...

Oiiii....passando para desejar um ótimo final de semana..abraços

meps. disse...

Eu li "A Cabana" nas férias. O livro é uma conversa de um homem com aquilo que chamamos Deus. Eu, que nunca fui muito ligada a Igreja, gostei bastante, e penso que a maioria das coisas que Papai (é como chamam Ele no livro) diz fazem sentido. Uma delas questiona essa visão de que, quando fazemos algo errado, o desapontamos. Mas, pense bem se não é uma bobagem: como desapontar um ser que sabe exatamente qual o nosso destino e o que iremos fazer diante dele? Não há expectativa, logo não pode haver desapontamento. E Deus nos ama seja qual for a nossa história.
Bom, é por isso que acho essa história de pecados uma maneira de a Igreja nos fazer sentir culpados, e atrair mais e mais devotos que buscam uma "cura".
Fala sério: preguiça é ou não é inevitável?
Beijoss

meps. disse...

assisti globo repórter e, juro, amei! valeu por indicar. queria mesmo é que "entrevistassem" minha filha hahaha. a história dela é bonita também!
to te indicando pra Blog Maneiro.
Bjss