No universo particular de Liz Gilbert e seu coroa brasileiro apelidado Felipe, o casamento - no papel, na igreja etc e tal - sempre esteve fora de cogitação. Dois traumatizados por experiências dolorosas foram obrigados pelo destino a se comprometerem formalmente da maneira mais inusistada - e por que não dizer, digna de um roteiro hollywoodiano que lhes renderá um futuro confortavelmente perfeito para o que se poderia esperar de um casamento ideal - possível.
Com honestidade e total subjetivividade, Liz teoriza sobre o matrimônio e suas implicações sociológicas, antropológicas e mesmo psicológicas. Sem pretenção alguma, Gilbert apenas tentar conciliar os fatos históricos e as estatísticas alarmantes sobre a pior implicação dos casamentos na era moderna - o divórcio - com sua própria visão sobre o casamento.
Para aquele que é hoje legal e formalmente seu marido, tudo não passa de uma formalidade obrigatória para por em marcha tudo aquilo que ambos desejam: ESTAREM JUNTOS. Para ela, um labirinto interminável de complexidades ideológicas: as representações sociais e religiosas da tradição do casamento. São 240 páginas de exorcismo de fantasmas de preconceitos baseados numa experiência pessoal mal sucedida e sua criação norte-americana fundamentada no medo e na insegurança.
De leitura agradável e leve, esse novo texto da consagrada autora de Comer, Rezar e Amar não veio para superar o best-seller. Ao contrário, não o endossa como grande obra. Trata-se de uma simples, humilde e muito sincera vontade de ententer e fazer dar certo o que tem dado muito errado em toda história da humanidade. Se esse livrinho servisse para fazer com que as "moçoilas casadouras" se debruçassem sobre o casamento com um perfeito equilíbrio entre o romantismo e o pragmatismo e ele pudesse ter o dom de gerar uniões formais sólidas e felizes, esse talvez fosse um dos livros mais importantes já escritos no mundo.