Nunca pensei que eu fosse uma pessoa apegada ao passado, mas acho que quando vamos envelhecendo as lembranças se tornam preciosas... Por que? Porque são provas irrefutáveis de nossa dor e glória. Tenho um certo orgulho de ser de uma geração que viveu os anos 80. Década incrível de fato... Grandes filmes, belas canções, bons tempos que nos fazem - nós que temos mais de 30 - bastante nostálgicos.
Não curto remakes dos meus filmes favoritos. É meio que uma heresia, sabe? Porém, essa semana eu vi um remake de um dos maiores clássicos da comédia romântica: Arthur, o Milionário Sedutor. Muito difícil ver o milionário arruinado de Dudley Moore na pele de um ilustre desconhecido com cara de cavalo e uma pobre menina pobre substituindo a talentosíssima Liza Minnelli. O roteiro que recebeu uma indicação ao Oscar foi adaptado e, de certa forma, recebeu um upgrade que parece ter transformado o milonário sedutor em um milonário hilário. Se no original Hobson é o mordomo, Hobson muda de gênero e se torna uma governanta... quer dizer, uma Nanny Mcphee da menopausa, parafraseando uma das quotes engraçadíssimas que fazem o filme valer a pena ser assistido, adoravelmente sarcástica que roubou totalmente a cena. O remake me ganhou em um aspecto bastante interessante: porque precisamos perder para ganhar? Não podemos saber o valor de tudo que temos simplesmente até perdê-los para sempre?
2012 tem sido cheio de tropeços - literalmente. Me sinto muito insegura a respeito do meu futuro. Esse filme me fez pensar que segurança material não é de modo algum garantia de felicidade e bem-estar. O que nos faz bem, nos dá segurança e nos torna especiais é o amor das pessoas... Que tal prestar atenção nas pessoas que te amam de verdade? Porque perder tempo pensando que não tem o amor que merece quando ele está bem debaixo do seu nariz (nos membros da sua família, nos seus amigos e até nos seus pets)? Ninguém deve esperar sofrer para aprender coisa alguma... É suficiente ter os olhos e o coração bem abertos!